Vanessa Grazziotin, Katia Abreu e Lindbergh Farias, durante sessão que analisava a procedência da impeachment de Dilma: tropa de choque da ex-presidente está na lista de Fachin| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Os inquéritos abertos por Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), atingem também ‘fiéis escudeiros’ de Dilma Rousseff (PT). As informações foram divulgadas no blog do repórter Fausto Macedo, no jornal O Estado de S. Paulo. Os senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Katia Abreu (PMDB-TO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) – que formaram a tropa de choque de Dilma até o fim do seu processo de impeachment, ao lado da também senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) – são citados por delatores da Odebrecht e acusados de receber propina da empreiteira. O próprio Partido dos Trabalhadores (PT), apontado como “líder” do esquema investigado na Lava Jato, tem 21 nomes incluídos na lista de inquéritos de Fachin, de parlamentares a ministros dos governos de Lula e Dilma. Entenda o que pesa contra cada um deles.

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INFOGRÁFICO: Conheça os investigados da lista de Fachin

Lindbergh Farias

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), candidato à presidência do partido, é investigado pelo recebimento de R$ 4,5 milhões em propinas para as campanhas de 2008 e 2010. Os repasses foram feitos pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o setor de propinas da empreiteira. O senador petista foi citado nas delações de Benedicto Barbosa da Silva Junior e Leandro Andrade Azevedo. Os repasses (R$ 2 milhões em 2008 e R$ 2,5 milhões em 2010) serviram para dar projeção ao parlamentar. Ele era identificado como “Feio” e “Lindinho” nas planilhas da empreiteira. Como contrapartida às doações, Farias teria beneficiado a Odebrecht em contratos do programa pró-moradia, quando ainda era prefeito de Nova Iguaçu.

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Vanessa Grazziotin

O departamento de propinas da Odebrecht teria efetuado repasses para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e seu marido, Eron Bezerra, por meio de caixa 2 para a campanha dela à prefeitura de Manaus, em 2012. A informação consta na delação do ex-presidente e fundador da Odebrecht Ambiental, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Com esse depoimento, Fachin autorizou a abertura de inquérito contra a senadora e seu marido.

Katia Abreu

A campanha ao Senado de Kátia Abre (PMDB-TO) recebeu R$ 500 mil em repasses por meio de caixa 2 da Odebrecht. Quatro delatores da empreiteira – Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira – afirmaram o pagamento da propina. Segundo os depoimentos, os repasses para Katia estavam registrados sob o codinome de “Machado” nas planilhas do setor de propinas da empreiteira. As negociações foram intermediadas pelo marido de Katia, Moisés Pinto Gomes, que foi seu assessor no ministério da Agricultura.

21 nomes do PT

A lista de inquéritos abertos por Edson Fachin atinge 21 nomes do PT, entre parlamentares, governador e ex-ministros de Lula e Dilma Rousseff. No Senado, estão na mira da Lava Jato Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Rocha (PT-PA). Os deputados e ex-deputados investigados são Marco Maia (PT-RS), Carlos Zaratini (PT-SP), Décio Lima (PT-SC), Nelson Pelegrini (PT-BA), Maria do Rosário (PT-RS), Vicente Paula da Silva, o Vicentinho (PT-SP), Vicente Cândido (PT-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Zeca Dirceu (PT-PR), Zeca do PT (PT-MS), Vander Loubet (PT-MS), Décio Lima (PT-SC) e Cândido Vaccarezza (ex-deputado federal PT). O governador do Acre, Tião Viana (PT) também está na lista. Além deles, os ex-ministros Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicação) e Guido Mantega (Fazenda e Planejamento), e a deputada Estadual em Santa Catarina Ana Paula Lima (PT-SC) completam a lista dos nomes ligados ao partido.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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