Relator na Câmara do projeto das Dez Medidas de Combate à Corrupção, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é um dos políticos citados nas delações da Odebrecht que embasam os inquéritos autorizados nesta terça-feira (11) pelo ministro do STF Edson Fachin. O pacote anticorrupção foi aprovado em novembro pelos deputados, depois de ser desfigurado por emendas partidárias no plenário, e atualmente tramita no Senado.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Lorenzoni recebeu R$ 175 mil da Odebrecht a pretexto de auxílio para campanha eleitoral de 2006. O repasse não foi declarado à Justiça Eleitoral, o que configura caixa dois.
O deputado gaúcho disse estar indignado com o envolvimento de seu nome e afirmou não ter a menor ideia como apareceu nesse escândalo. O parlamentar recebeu a notícia quando estava no plenário da Câmara e se disse surpreendido com a sua inclusão na lista de Edson Fachin, do STF. Ele afirmou que se for encontrada qualquer foto dele com algum dirigente da Odebrecht, trechos de conversa ou qualquer outra evidência de contato com esses dirigentes, ele irá renunciar ao mandato.
“Nunca estive com ninguém da Odebrecht. Não sei onde fica, nunca entrei, nunca falei com ninguém dessa empresa e muito menos pedi qualquer coisa. Se encontrarem uma foto minha com alguém deles, renuncio na hora ao meu mandato. Estou indignado”, afirmou Lorenzoni à Gazeta do Povo, no intervalo de ligação que fazia para filhos e outros familiares esclarecendo o assunto.
“Tenho 24 anos de vida pública, sempre disputei eleições com meus sigilos abertos. Sempre fiz isso para me diferenciar. Vou pedir acesso imediato, via advogados, ao material do Supremo”, afirmou.
Perguntado sobre como imagina então que seu nome aparece entre os pedidos de investigação, Lorenzoni levantou a hipótese de que algum recurso para sua campanha que fez o caminho do diretório nacional para o estadual e depois repassado às campanhas dos deputados. “Gostaria até de renunciar ao foro privilegiado, mas nem sei se posso fazer isso.”
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