O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu na noite desta quinta-feira (1) às acusações do empresário Joesley Batista, dono da JBS, contra ele e a ex-presidente Dilma Rousseff. Ao citar informações delatadas pelo empresário, de que a empresa teria criado uma conta bancária para abastecer as campanhas petistas à Presidência, Lula chamou Batista de “canalha” e ironizou a denúncia.
“Não quero que vocês se preocupem com meu problema pessoal”, disse Lula, sem se referir diretamente às acusações na Justiça. “Eu provei minha inocência e vou exigir que eles provem minha culpa. Vai chegar o dia em que estaremos assistindo TV e vão pedir desculpas ao PT por tudo. Um canalha de um empresário disse que fez uma conta para mim e outra para Dilma, mas a conta está no nome dele e é ele quem mexia na conta”, disse o petista, que arrancou gargalhadas dos filiados durante o 6.º Congresso Nacional do partido, realizado em Brasília.
O petista aproveitou para cutucar o rival Aécio Neves, senador do PSDB afastado das funções por denúncias de corrupção feitas pelo mesmo Joesley Batista. “Aécio plantou vento e colheu tempestade.”
O ex-presidente defendeu que a sigla necessita “radicalizar” politicamente e falar “para fora de casa”, para mulheres, negros, quilombolas e indígenas. “Eles estão destruindo tudo que conquistamos, eles querem a volta do trabalho escravo no nosso país. O PT tem que radicalizar em defesa da liberdade”, disse.
Ao falar sobre a necessidade do PT de tocar os “corações” de milhões de brasileiros, Lula citou como exemplo os protestos de junho de 2013. O ex-presidente admitiu que ele e o partido não entenderam, até agora, as manifestações que tomaram conta do país há quatro anos. “Tentamos achar a resposta mais fácil”, disse, ao citar políticas de incentivo ao consumo para as classes mais baixas.