O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado (9), que o juiz Sergio Moro “é do mal”. O petista fez essa afirmação durante reunião com artistas e intelectuais em um hotel em Copacabana, no Rio. Foi a quinta vez, em cinco dias seguidos, que Lula fez críticas ao juiz da Lava Jato que ganharam repercussão.
Cerca de cem pessoas participaram do encontro. Entre eles, o cineasta Luiz Carlos Barreto, a atriz Cristina Pereira, o ator Tonico Pereira, a filósofa Marcia Tiburi, além dos ex-ministros Franklin Martins, Celso Amorim, Luiz Dulci e José Gomes Temporão.
No encontro, Lula disse que chegou acreditar que, pelo refinamento intelectual que o cargo exige, os agentes da Lava Jato não dariam prosseguimento ao processo contra ele. Também disse que esperava que, ao receber a denúncia contra ele, Moro recomendasse que os procuradores fossem estudar, ou que, aberto o processo, fosse absolvido.
“Mas não. O cara é do mal”, afirmou.
O ex-presidente foi condenado em julho pelo juiz a 9 anos e 6 meses de prisão, no caso do tríplex do Guarujá (SP). Ele recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Veja outras quatro estocadas do ex-presidente contra Moro na última semana:
O advogado do ex-presidente Lula , Cristiano Zanin, criticou a presença do juiz em um evento da Petrobras na sexta-feira (08). Segundo Zanin, isso comprovaria a parcialidade de Moro no julgamento. "Não é aceitável que um juiz visite uma das partes de um processo. O juiz tem que manter distância em relação às partes", afirmou.
"Esse fato de hoje, por si só, é suficiente para justificar uma situação de suspeição", disse. "Vamos fazer uma análise e penso que é o caso de uma nova providência".
Na quarta-feira (06), em Maricá, única cidade do Rio de Janeiro que é administrada por um petista, o ex-presidente Lula culpou a Lava Jato pelos problemas no estado. “A Lava Jato não pode fazer o que está fazendo com o Rio”, disse Lula. Segundo ele, a operação “não pode, por causa de meia dúzia de pessoas que dizem que roubaram e ainda não provaram, causar o prejuízo que estão causando à Petrobras”.
Na terça-feira (05), em Campos, Lula afirmou que pretende ir a Curitiba em campanha e provocou o juiz federal Sergio Moro e a força-tarefa da Lava Jato: “Queria dizer para vocês que vou percorrer o Rio de Janeiro. Depois vou percorrer o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Depois o Paraná, e Curitiba, lá na cidade do Moro. E eu quero dizer para vocês, eu desafio o Moro, eu desafio o Ministério Público e a Polícia Federal, a apresentar uma prova contra mim. Se eles não querem que eu seja candidato a presidente da República, tenham a coragem, parem de mentir e disputem as eleições comigo. Ou peçam para a Rede Globo lançar um candidato”, declarou.
À rádio Continental AM, em Campos dos Goytacazes, Lula chegou a questionar a audição do juiz. “Acho que o Moro é surdo. Não ouve o que falo”, afirmou.
Na terça-feira (05), no Espírito Santo, Lula desafiou a Justiça a provar sua culpa. “Eu não vou entrar em detalhe, mas estou desafiando o (juiz Sérgio) Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal a apresentarem um centavo que eu cometi algum deslize nesse país”, disse o ex-presidente.
“Ninguém prendeu mais servidor público do que nós. Ninguém deu mais independência para o Ministério Público e fez mais investimento na inteligência da Polícia Federal do que nós. Quem aperfeiçoou o Coaf (Conselho de Controle de Aplicações Financeiras) e criou a Controladoria-Geral da República fomos nós. Porque na nossa opinião ladrão tem que ir para a cadeia”, disse ainda.
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