O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB) foram acusados formalmente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro nesta sexta-feira (25), horas depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer um elogio público aos dois.
Em caravana pelos estados do Nordeste, o petista defendeu os peemedebistas em entrevista a rádios da região, sem saber que a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciaria Renan e Sarney com base em inquérito que apura o pagamento de propina em contratos da Transpetro.
Lula disse que “Renan pode ter todos os defeitos”, mas ajudou seu governo. “Sou da opinião de que todo mundo é inocente até que se prove o contrário”, afirmou. “Se quero para mim a [presunção da] inocência até que se prove o contrário, tenho que querer para os outros também”, disse Lula, que foi condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex do Guarujá (SP), em julho, no âmbito da Lava Jato.
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Questionado sobre um encontro programado com Sarney durante sua visita ao Maranhão, o ex-presidente fez um agradecimento ao peemedebista. “Sou grato a Sarney. É importante que se diga. Sou grato a Sarney como presidente do Senado”, disse Lula.
E acrescentou: “Teve um tempo que as pessoas queriam que eu rompesse com Sarney. E eu iria ganhar de presente o Marconi Perillo [PSDB] como presidente do Senado. Eu deixaria de ter um tubarãozinho manso para ter um tubarão louco mordendo até o pé”.
Além de Renan e Sarney, a denúncia feita pela PGR com base na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolve os também senadores Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Garibaldi Alves (RN), todos do PMDB, além do próprio Machado. Eles são acusados de receber propina de contratos da Transpetro ao longo de 11 anos. O valor total teria ultrapassado os R$ 100 milhões. O pedido para abrir ação penal contra eles está agora a cargo do ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal.
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