Renato Duque disse que Lula não apenas sabia do recebimento de propina na Petrobras, como comandava tudo.| Foto: Reprodução

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque afirmou em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta sexta-feira (5) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento do esquema de propinas na Petrobras e que comandava tudo. Segundo Duque, Lula teria dito que ele não podia ter contas no exterior.

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O ex-presidente quis saber detalhes para onde foi mandado o dinheiro referente às propinas dos contratos de sondas da Petrobras com a Sete Brasil e recomendou: “Você não pode ter contas no exterior, entendeu?”, teria dito Lula, segundo Duque ao relatar um encontro com o ex-presidente em um hangar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. “Ele falou tudo, falou tudo”, disse o advogado Antonio Figueiredo Basto ao sair da audiência.

Duque disse ainda que, desde 2007, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari atuava para o ex-presidente.

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Esta é a primeira vez que Duque fala a Moro. O ex-diretor da Petrobras já foi condenado na Lava Jato e tenta fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

OUTRO LADO: Depoimento é tentativa de fabricar acusações, diz Lula

Para Lula, o depoimento de Renato Duque é mais uma tentativa de fabricar acusações contra o petista. Em nota divulgada pelo Instituto Lula, o ex-presidente afirma que os investigadores da Lava Jato não conseguiram produzir provas e apelaram para a fabricação de depoimentos mentirosos.

“O desespero dos procuradores aumentou com a aproximação da audiência em que Lula vai, finalmente, apresentar ao juízo a verdade dos fatos”, segundo o comunicado.

A nota afirma que, conforme a defesa de Lula alertou, o adiamento do depoimento do ex-presidente serviu apenas para que se pudesse encaixar no processo os depoimentos fabricados de ex-diretores da OAS e, agora, o de Renato Duque.

“Os três depoentes, que nunca haviam mencionado o ex-presidente Lula ao longo do processo, são pessoas condenadas a mais de 20 anos de prisão, encontrando-se objetivamente coagidas a negociar benefícios penais”, diz o comunicado.

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