A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quinta-feira (17) ao juiz federal Sergio Moro que adie os interrogatórios dos réus do processo envolvendo a compra de um terreno para construção do Instituto Lula. Moro já marcou o interrogatório do petista para o dia 13 de setembro.
A defesa pede que a data seja revista “a fim de que se possa viabilizar a realização de prova pericial” em documentos apresentados no processo pelo Ministério Público Federal (MPF). Os advogados também querem uma perícia nos dispositivos de onde os documentos foram retirados, “bem como a reinquirição de testemunhas a serem indicadas, para submeter ao contraditório os documentos tardiamente apresentados”.
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Os advogados alegam que o MPF apresentou uma série de documentos depois de já terem sido ouvidas testemunhas que poderiam ser questionadas sobre o teor das provas apresentadas pelos procuradores.
Além disso, a defesa também pediu que o MPF apresente as correspondências trocadas com o Ministério Público da Suíça a respeito do sistema “My Web Day”. O MPF havia informado que não teve acesso a cópia integral do sistema – utilizado pela empresa Odebrecht.
Entenda o caso
Lula e outras sete pessoas respondem ao processo em que o MPF aponta irregularidades no aluguel de um imóvel em São Bernardo e na compra, pela Odebrecht, de um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula, em São Paulo.
A defesa do ex-presidente chegou a arrolar mais de 80 testemunhas de defesa no processo. Moro cogitou obrigar o petista a acompanhar as audiências presencialmente, mas voltou atrás por determinação do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).
Ao marcar o interrogatório de Lula, Moro questionou a defesa se a oitiva poderia ser realizada por videoconferência, mas a defesa negou o pedido e afirmou que Lula faz questão de falar presencialmente a Moro. A data prevista para o interrogatório é dia 13 de setembro.
Lula já foi condenado por Moro a nove anos de prisão em um processo em que o MPF acusava o ex-presidente de receber benesses da OAS através da compra e reforma de um tríplex no Guarujá. A defesa nega que Lula seja o proprietário do imóvel e recorre da decisão.