Atos a favor do ex-presidente Lula estão sendo realizados na manhã desta quarta-feira (14) na frente da sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde o petista cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Às 9h15, ele recebeu a visita do candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad, que atua como seu advogado. As manifestações são motivadas pelo depoimento de Lula à juíza substituta Grabriela Hardt, marcado para as 14 horas, na sede da Justiça Federal, no processo do sítio de Atibaia.
É a segunda vez que Haddad visita Lula após a eleição. Enquanto eles estavam reunidos, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) concedeu entrevista coletiva em que criticou a suposta influência do juiz Sergio Moro sobre o processo. Moro era responsável por julgar o caso, mas entrou em férias após aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a partir de janeiro. Também anunciou o afastamento de todos os processos referentes à operação Lava Jato.
“Moro não queria que o processo fosse redistribuído. Estão querendo apressar tudo até dezembro, quando só então ele será exonerado do cargo de juiz”, disse Lindbergh. Enquanto permanece de férias, Moro é substituído por Gabriela. Quando pedir exoneração, será aberto um concurso interno da Justiça Federal para substituí-lo.
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“Enquanto ministro de Bolsonaro, ele [Moro] quer influenciar no processo. O nome disso é totalitarismo”, declarou o senador. As manifestações de apoiadores do ex-presidente prosseguem até a noite.
Primeira aparição pública em sete meses
Ao depor na Justiça Federal, Lula sairá da prisão pela primeira vez em sete meses, desde que começou a cumprir pena no processo do tríplex. No processo do sítio, Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público Federal (MPF) atribui ao ex-presidente a posse do sítio, que estaria em nome de ‘laranjas’. Uma perícia da PF no local, em 2016, encontrou pertences pessoais da família Lula da Silva. O petista nega que seja o dono do sítio. Segundo o MPF, a propriedade teria sido reformada por empreiteiras como forma de pagamento de propina ao ex-presidente.
Ao abrir a ação penal, em agosto de 2017, Moro listou nove elementos que o MPF já havia conseguido apontar na denúncia que reforçavam a ligação de Lula com o sítio em Atibaia.
Entre os elementos, o magistrado citou a proximidade da família do ex-presidente com os proprietários formais do sítio, Fernando Bittar – que também é réu no processo – e Jonas Suassuna e os pertences da família do ex-presidente espalhadas pelo imóvel. Além disso, Moro destacou a instalação de câmeras de segurança no local por parte dos agentes de segurança de Lula.
Moro também entendeu que o fato de carros do ex-presidente terem comparecido cerca de 270 vezes ao imóvel entre 2011 e 2016 é um indicativo de que o petista é o real dono da propriedade. No processo, o MPF também mostra uma série de mensagens trocadas entre o caseiro do local e o Instituto Lula e e-mails sobre o sítio encaminhados a auxiliares do ex-presidente.
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