No relato que fez aos senadores da Comissão de Direitos Humanos do Senado, o ex-presidente Lula contou que não tem conseguido aproveitar o direito ao banho de sol diário ao comentar sobre sua rotina na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. São duas horas por dia. Nos primeiros dias, ele evitou. Mas, depois, a razão é climática mesmo. Ele reclamou que a chuva tem sido um obstáculo.
Até terça-feira (17), dia do encontro com os senadores, Lula afirmou que tinha usufruído apenas de três dias do banho de sol. E queixou-se das chuvas. Ele está preso desde o dia 7 de abril. “De que adianta banho de sol se só chove aqui! Deveria ser banho de chuva”, disse Lula aos senadores, num momento mais descontraído da conversa.
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Os parlamentares visitaram também o local externo, mas dentro das superintendência, onde Lula pode tirar as duas horas fora da sala improvisada como uma cela. Segundo o senador João Capiberibe (PSB-AP), relator desse grupo externo que visitou as instalações, a área mede 9 metros por 6 metros. Ele toma banho de sol sozinho, sem a presença de outros presos no local. “Como se fosse um corredor”, relatou Capiberibe à Gazeta do Povo.
O senador prepara um relatório sobre a visita e confirmou que irá constar que as condições da carceragem são adequadas, mas acentuará que Lula está muito isolado. “Não é possível tratar como preso comum alguém que tem a preferência de 30% a 35% do eleitorado. Vamos sugerir o abrandamento desse isolamento para ele ter mais facilidade de acesso às pessoas. Em especial à família e aos amigos. O advogado ele encontra todo dia”, disse.
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A comissão concluiu que a sala onde Lula está é adequada, mas querem pedir ao Judiciário flexibilidade nas visitas. Os familiares e amigos podem vê-lo apenas uma vez por semana. Dizem que o local tem ventilação e que é possível ver o exterior da janela, que dá para as instalações da PF, mas quem tá de fora não tem a visão do interior da sala.
“A sala está adequada. Sou suspeito para dizer porque fiquei preso em calabouços horrorosos”, disse Capiberibe, preso pelos militares durante a ditadura por um período de onze meses.
Segundo o senador, uma das frases ditas por Lula foi: “não tenho a menor preocupação comigo. O que estou vivendo aqui é o mesmo que vivi vinte anos atrás. E na minha vida normal ultimamente não tenho mesmo frequentado restaurante, show, cinema. Não tem muita diferença”.
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