Lula no discurso após o depoimento: encontro com a PF nunca ocorreu.| Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Mais uma vez a Operação Lava Jato está no centro de boatos espalhados pelas redes sociais e aplicativos de mensagens. Desta vez, a Polícia Federal (PF) precisou desmentir uma “corrente” espalhada principalmente pelo whatsapp que falava em uma suposta reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o coordenador da Lava Jato no Paraná no dia do último interrogatório do petista em Curitiba, na quarta-feira passada (13). O objetivo, segundo a mensagem que circulou, era abafar as investigações contra ele.

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Uma rápida avaliação sobre o conteúdo da mensagem já mostra falhas no texto. O autor, supostamente um servidor da Polícia Federal em Curitiba, diz que Lula encontrou o coordenador da Lava Jato, chamado Igor Cardoso. O nome do coordenador da força-tarefa, porém, é Igor Romário de Paula.

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Em nota, a PF disse que “trata-se de uma mensagem falsa e absurda”. A corporação destacou, ainda, que não existe nenhum delegado no Paraná chamado Igor Cardoso e que também não existe nenhum servidor da PF chamado Talysson de Almeida – nome do suposto autor do texto falso que circulou nas redes sociais.

Nunca houve conversa

“O Delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (DRCOR/SR/PF/PR) que coordena, entre outros trabalhos, as investigações da Lava Jato no Estado do Paraná, não esteve em momento algum com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as suas vindas a Curitiba para participar de audiências na Justiça Federal do Paraná. Da mesma forma, jamais realizou qualquer tipo de reunião com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar sobre qualquer assunto”, diz a nota da PF.

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A corporação destaca, ainda, que nunca houve “qualquer tentativa, conversa ou reunião com quem quer que seja para tratar de assuntos relacionados às investigações da Operação Lava Jato”.

A PF ainda faz um alerta sobre mensagens dessa natureza espalhadas através das redes sociais. “Mensagens desta natureza, divulgadas de maneira ampla através de grupos de aplicativos de conversas, têm como objetivo tentar prejudicar os trabalhos desenvolvidos pela equipe de investigação”.

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Veja o conteúdo falso que circulou pela internet:

“Meu nome é Talysson de Almeida e trabalho na sede da Polícia Federal aqui em Curitiba. Como é de conhecimento de todos, no último dia 13/09, o ex-presidente Lula veio a esta cidade para prestar depoimento ao Juiz Sérgio Moro. O que quase ninguém sabe é que, antes de deixar a cidade, ele se encontrou com o Delegado Federal Igor Cardoso, coordenador da Operação Lava Jato no Paraná. O objetivo era propor uma redução das investigações, uma vez que alguns fatos gravíssimos estão por vir à tona. Eu fiz parte do corpo de escolta e acompanhei parte da conversa. Infelizmente, até agora não sabemos qual vai ser a postura do Delegado ante à proposta do ex-presidente, que ofereceu até recursos materiais e financeiros em troca de vistas-grossas da PF e abandono de algumas linhas de investigação.

Mesmo correndo o risco de perder o meu cargo, ou ainda de ser caluniado como meu colega Newton Hidenori Ishii, mais conhecido como “Japonês da Federal”, que foi injustamente acusado e preso por supostamente facilitar o contrabando no paraná, me sinto no dever de levar essa informação ao maior número de pessoas possível. Tenho certeza de que se a população souber que a Lava Jato está sendo ameaçada e se manifestar contra qualquer abalo nas investigações, nada poderá deter a limpeza política tão necessária para salvar nosso país da cultura da corrupção.

Por isso, peço sua ajuda. Compartilhe essa publicação com o maior número de pessoas possível. Juntos somos mais fortes!”