O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de preocupantes as declarações de generais sobre a hipótese de intervenção militar no Brasil. Reunido nesta quinta-feira (21) com dirigentes petistas, o petista disse é preciso ficar atento às manifestações dos militares.
Na última sexta-feira (15), o general Antonio Hamilton Mourão defendeu intervenção militar como resposta à crise política em palestra realizada na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília. O comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, decidiu não repreender Mourão e ainda rasgos elogios a ele afirmando que é um “bom soldado, um gauchão”. Mourão também recebeu apoio do ex-comandante brasileiro da Força de Paz no Haiti, general Augusto Heleno: “Meu apoio irrestrito ao meu amigo de longa data e respeitado chefe militar (Mourão)”, escreveu o militar, no Facebook.
Segundo a presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, Lula afirmou que “a sociedade civil tem que tomar as rédeas do processo e garantir a democracia”. Ainda segundo Gleisi, o ex-presidente afirmou que as Forças Armadas exercem papel constitucional e que confia nelas.
Em sua fala, Lula reafirmou que só um presidente eleito será capaz de debelar a crise. Ao avaliar o cenário político, ele disse que o PT voltará ao poder, mas herdará o país em piores condições do que recebeu de FHC em 2003.
O ex-presidente cobrou ainda que os petistas concorram à Câmara de Deputados. Segundo ele, os melhores nomes do partido têm de se lançar na disputa. “Não dá para fugir da luta”, afirmou.
Comandante diz que Exército está comprometido com a democracia
O general Eduardo Villas Bôas afirmou em nota nesta quinta que “o Exército Brasileiro é uma instituição comprometida com a consolidação da democracia em nosso país”. No comunicado divulgado pelo Centro de Comunicação Social do Exército, ele cita o episódio envolveu o general Mourão.
Villas Bôas disse ainda que “o comandante do Exército é a autoridade responsável por expressar o posicionamento institucional da Força e tem se manifestado publicamente sobre os temas que considera relevantes”.
“Em reunião ocorrida no dia de ontem [quarta, 20], o comandante do Exército apresentou ao sr. ministro da Defesa, Raul Jungmann, as circunstâncias do fato e as providências adotadas em relação ao episódio envolvendo o General Mourão, para assegurar a coesão, a hierarquia e a disciplina”, diz a nota.
“O comandante do Exército reafirma o compromisso da Instituição de servir à Nação Brasileira, com os olhos voltados para o futuro.”
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