A vinda do ex-presidente Lula a Curitiba na próxima quarta-feira (13) já mobiliza atos que prometem dividir a cidade. Por um lado, simpatizantes do petista se organizam para sair às ruas em mobilização coordenada pelas frentes Brasil Popular (FBP) e Resistência Democrática (FRD) e também pelo Fórum de Lutas 29 de Abril. Por outro, o grupo Curitiba Contra a Corrupção e o Movimento Brasil Livre (MBL) de Curitiba, que pedem a condenação do ex-presidente, também já deram a largada para um “evento de recepção”. Lula, que volta a Curitiba na condição de reú em uma ação que investiga um suposto recebimento de R$ 12 milhões em propinas da Odebrecht, foi confirmado em um ato público às 18 horas no Centro de Curitiba.
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O evento para o qual o ex-presidente deve se dirigir após seu depoimento na Justiça Federal será na Praça Generoso Marques, em frente ao Paço Municipal. O ato faz parte da 2.ª Jornada de Lutas pela Democracia, que começa com atividades culturais a partir das 14 horas. A ideia dos organizadores é repetir a mobilização e os debates de maio, quando Lula prestou seu primeiro depoimento à Justiça Federal de Curitiba.
À época, centenas de pessoas de várias partes do país montaram acampamentos na cidade para participar dos atos em apoio ao petista. A assessoria de imprensa da Frente Brasil Popular disse, neste sábado (10), que informações sobre a possível vinda de caravanas para Curitiba para encorar o ato próximo devem ser repassadas até segunda-feira (11).
Pelas redes sociais, os organizadores afirmam que Lula vai passar a integrar o grande ato na Praça a partir das 18 horas - tal como em maio. A previsão é de que a mobilização na Generoso Marques se encerre às 22 horas. A assessoria de imprensa do Partido dos Trabalhadores (PT) no Paraná, que disse que Lula só deve chegar na quarta-feira em Curitiba, confirmou a participação do ex-presidente no evento.
Ato no MON
Já o Curitiba contra a Corrupção pretende concentrar ao menos 500 pessoas em frente ao Museu Oscar Niemeyer (MON) a partir das 13h30. A expectativa é de que o público cresça no fim da tarde, quando muita gente começa a deixar seus postos de trabalho.
De acordo com Narli Resende, integrante do movimento, o grupo espera uma adesão maior do que o ato organizado em maio por causa das notícias que esquentaram o cenário político na última semana. “Eu acredito que por conta das últimas notícias que vieram a tona de quarta para cá, o depoimento do Palocci e o Gedel preso, as pessoas estão bastante revoltadas. Isso pode fazer com que vá mais gente do que pensamos no começo”, disse Narli.
Segundo interrogatório
Essa é a segunda vez em que o ex-presidente Lula ficará cara a cara com o juiz Segio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância.
Inicialmente, o juiz tinha sugerido uma videoconferência para evitar “gastos desncessários” com a vinda do ex-presidente , mas o Lula não concordou com o interrogatório à distância. No primeiro interrogatório de Lula em Curitiba, o governo do Paraná desembolsou cerca de R$ 110 mil com um grande aparato de segurança.
Dessa vez, o petista será ouvido como réu de um processo da Lava Jato que apura irregularidades na compra de um terreno para o Instituto Lula. O Ministério Público Federal diz que o terreno foi pago pela Odebrecht com dinheiro de propina, num total de R$ 12,4 milhões. Lula nega as acusações.