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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em plena interinidade na presidência da República, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, abriu uma crise com Michel Temer, que envolve seus partidos. Ele acusou Temer de não ter cumprido sua palavra quando lhe disse, num jantar na casa de Maia, que o PMDB não estava buscando a filiação de parlamentares do PSB. E, dias depois, o partido, com participação de ministros do PMDB, anunciou a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho, que trocou o PSB pela sigla de Temer.

Maia disse haver uma revolta no seu partido por essa razão e que o governo não deve estranhar se o Democratas votar contra propostas do governo a partir de agora. Maia negou, porém, que essa retaliação pode se dar na votação da segunda denúncia contra Temer, que chegará à Câmara dos Deputados.

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“Se é assim que querem tratar aliados, não sei o que é ser adversário! Que fique registrado. Se depois a bancada do Democratas estiver em alguma votação numa posição divergente do governo, espero que o governo entenda. Entenda que há uma revolta grande na nossa bancada. Não virou rebelião ainda”, disse Maia, que usou expressões fortes.

Maia fez essas declarações no plenário da Câmara, onde foi acompanhar a votação da reforma política. Ele disse que enviou uma mensagem a Temer sobre esse descontentamento. O presidente está em viagem aos Estados Unidos.

“Na primeira denúncia Temer fez questão de jantar comigo e disse não ter interesse do PMDB nos parlamentares do PSB. Não é o que temos visto nas últimas semanas. E com participações de ministros do governo, como foram os casos de Eliseu Padilha e Moreira Franco”.

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Os dois ministros compareceram na solenidade de filiação de Bezerra. “A coisa mais importante na política é a palavra”, completou Maia. “Já avisei ao presidente Temer. Mandei uma mensagem que essa situação está gerando um desconforto muito grande”.

Perguntado se essa revolta contra o PMDB poderia ser descontada em votos a favor da denúncia contra o presidente, Maia disse que não acontecerá isso. “De jeito nenhum. Não vamos misturar uma coisa com outra”.

E finalizou: “Queremos do partido do presidente saber qual a verdadeira posição do PMDB e do governo em relação ao DEM. Parece relação de adversários. Espero que não vire inimigos”.

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