Deputados aliados de Lula cobraram do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), medidas enérgicas contra a juíza federal Carolina Lebbos, do Paraná. Ela não autorizou o acesso da comissão de parlamentares que faria uma inspeção na cela do ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Eles foram barrados na terça-feira (24) e ameaçaram denunciar a magistrada no Conselho Nacional de Justiça.
Maia preferiu colocar ‘panos quentes’ e apaziguar os ânimos. Disse que declarações duras, como as feitas pelos petistas, não ajudam a resolver o problema, só contribuem para aumentar o conflito entre as instituições. “Vamos construir uma solução para esse problema, para manter a independência e a harmonia, para respeitar as prerrogativas parlamentares e as prerrogativas da juíza”, afirmou.
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O deputado Wadih Damous (PT-RJ), em discurso no plenário da Câmara, afirmou que a juíza é uma funcionária pública que não cumpre suas funções. Ele disse que acionará a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por ter sido impedido de visitar Lula mesmo tendo ingressado oficialmente como defensor do petista. "Foi um abuso de autoridade e inaceitável. Como tem sido todo esse processo", disse o parlamentar.
Para os petistas, a decisão da juíza viola a autonomia do Poder Legislativo. Para eles, a juíza não reconheceu a atribuição constitucional que garante o poder fiscalizador dos deputados.
Vários parlamentares criticaram a decisão da juíza em discursos no plenário na noite de terça. E aproveitaram o fato de Rodrigo Maia presidir a sessão para cobrar dele alguma posição. O presidente da Câmara, que criou oficialmente a comissão, não se manifestou em momento algum.
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