| Foto: Divulgação/Eletrobras

Os deputados estão divididos sobre a privatização da Eletrobras e a consequente redução da participação da União, que deixará de ser sócia majoritária da empresa de energia estatal. Levantamento obtido pela Gazeta do Povo aponta que 55,4% dos deputados federais se dizem favoráveis à venda de ações da Eletrobras, segundo sondagem amostral feita pelo FSB pesquisas. 

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A opinião dos deputados sobre o tema é importante. Para que a operação de diluição do capital da estatal possa ocorrer, os parlamentares terão de aprovar uma reforma nas leis que regem o setor elétrico. No começo desta semana, o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acordaram que essas mudanças serão enviadas ao Congresso por meio de projeto de lei, a ser submetido aos deputados e senadores. 

A pesquisa, realizada em outubro, mostra ainda que 32,4% dos deputados desaprovavam a privatização da Eletrobras, enquanto 8,1% afirmavam que não aprovavam e nem desaprovavam, 2,4% não sabiam e 1,8% não responderam. 

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INFOGRÁFICO: Veja os resultados da pesquisa

Em comparação à sondagem feita no mês anterior, houve um ligeiro aumento da fatia de deputados que se disseram favoráveis à privatização. No mês anterior, 55,2% se diziam favoráveis; 0,6% não eram nem contra nem a favor; 39,1% se diziam contra; 1,1% e 3,9% não sabiam e não responderam, respectivamente. Para os analistas da pesquisa, a maior mudança foi verificada entre os que são contra, com redução desse percentual. Mais deputados estavam favoráveis à privatização em outubro. 

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Desembarque dos tucanos da base não atrapalharia reforma

Entre os partidos, a pesquisa mostra que há uma parcela significativa de integrantes da base de apoio a Michel Temer que se diz contrária à privatização. Por outro lado, entre os deputados do PSDB é que está o maior percentual de aprovação à venda da estatal. 

Dentro do PMDB, 72% são pró-privatização e 24% dos peemedebistas são contra a venda. Entre os tucanos, a aprovação é de 84,2%, com apenas 5,3% de desaprovação à medida. O PP e o DEM, também da base aliada, tem maioria apoiando a venda, com 71,4% e 70% favoráveis, respectivamente. 

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Porém, um partido da base mostra que pode trazer problema a Temer: o PR, do mensaleiro Valdemar Costa Neto. Quase metade dos deputados do partido que foram ouvidos para a pesquisa (47%) são contra a venda. 

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Temer deverá enfrentar protestos contrários à privatização quando o projeto de lei da reforma do setor elétrico começar a tramitar. O texto vai prever a modelagem com a diluição da participação do Tesouro no capital para menos de 50% (o que tira a União como controladora), com manutenção de uma golden share, com poder de veto. Mas, na prática, a proposta agora poderá ser profundamente alterada pelos parlamentares. 

PT tem 92% de deputados contrários à privatização. No PSB (partido que está dividido e tem parcela de deputados em fase de migração para partidos da base), a maioria quer vender a empresa (57,9% são a favor da privatização). No PCdoB, 100% desaprovam. 

Na oposição, o envio de um projeto de lei (PL) foi comemorado como um primeiro recuo de Temer e eles prometem dificultar a privatização. Há diversas frentes parlamentares sendo constituídas no Congresso, encabeçadas pelos partidos de esquerda. 

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O envio da reforma do setor elétrico por PL pode servir para esvaziar a venda da Eletrobras, para preservar cargos e interesses políticos instalados dentro da empresa. No Congresso, diversos movimentos (inclusive de partidos da base de Temer) questionam a privatização das subsidiárias e tentam evitar o processo.

No Nordeste, uma união entre o PT e o PSB resultou na criação de uma frente de defesa da Chesf. Em Minas Gerais, sindicatos de funcionários da Eletrobras lançaram movimento em defesa de Furnas. E assim, um caleidoscópio de movimentos e partidos, com sindicatos e interesses diversos, tenta evitar a privatização da Eletrobras – ou pelo menos proteger partes da empresa de serem vendidas.

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