Excluído pelo PSDB da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) irá continuar no colegiado – e como relator do caso de Michel Temer –, agora ocupando uma vaga do PSC. Em uma manobra que contou com a articulação do Palácio do Planalto, ele substituirá o pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
Desconfortável, porém comedido ao falar sobre o gesto do PSDB, Andrada classificou a decisão de seu partido como um "ato político". E chamou o líder de seu partido, Ricardo Trípoli (SP), de um “homem distinto e elegante”. "Mas que me tirou da comissão", disse Andrada, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (5).
Críticas mesmo o deputado distribuiu para o Supremo Tribunal Federal (STF) e alegou que, de maneira geral, os deputados estão muito mais próximos da vida das pessoas que os juízes.
"Embora o juiz tenha muito mérito, ele não é um representante do povo. As pessoas levam lá um papelzinho para despachar. No máximo, te dá uma hora para ir lá conversar. Aqui, não. Essa Casa (Câmara dos Deputados) é aberta. O Supremo não é não. Aqui todo mundo conversa e se tem uma vivência com o povo muito maior do que a do juiz", afirmou ele, que continuou nas críticas.
"Um juiz não tá muito vinculado à vida social. Se perguntar sobre um fato importante da vida a um juiz e a um parlamentar, o parlamentar vai dar informações muito mais seguras do que um juiz, que fica nos processos", afirmou, antes da uma última estocada. "As leis que o STF utiliza são feitas dentro do Legislativo. O Judiciário apenas usa e faz a interpretação".
O relator promete entregar seu parecer sobre o caso Temer, no máximo, até a manhã da próxima quarta-feira (11). E o caso deve ser votado na CCJ no próximo dia 17.
Andrada disse que não pensava em ser relator do caso Temer e que sua indicação o "sensibilizou". O parlamentar disse que não se sentiu traído pelo PSDB e que sua exclusão da CCJ faz parte do "jogo político".
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