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 | LUCIO BERNARDO JR/Câmara dos Deputados
| Foto: LUCIO BERNARDO JR/Câmara dos Deputados

Em busca votos para salvar o mandato de Michel Temer, os líderes governistas têm recorrido à prática de segregar quem é contra. Foi assim com o deputado paulista Major Olimpio, do Solidariedade. Ele foi excluído da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde se dará o primeiro embate sobre o destino do presidente. Virou suplente. A denúncia de Rodrigo Janot será submetida a esse colegiado antes de ir ao plenário.

Olimpio foi duro opositor de Dilma e agora se virou contra Temer. Há pouco mais de um ano, em março de 2016, o deputado entrou de penetra na solenidade do Palácio do Planalto que dava posse ao ex-presidente Lula como ministro de Dilma. Com sua voz estrondosa e vociferante, que dispensa uso de microfone, berrou de longe: “Vergonha, vergonha!”. Foi colocado para fora por seguranças.

Nos últimos meses, ele sem sido um duro opositor de Temer. Por uma ironia, virou um aliado do PT na votação da reforma da Previdência, na comissão especial, e bateu boca várias vezes com governistas. Num dos discursos no plenário, há duas semanas, criticou o presidente ter recebido o empresário Joesley Batista.

“Só há inocentes. Michel Temer é um coitado que recebeu um vilão sem querer, sem imaginar sequer que Joesley poderia ser investigado ou acusado de qualquer coisa” - disse.

O parlamentar não tem dúvida de que foi excluído da CCJ por sua oposição ao governo.

“Ficou claro para mim que fui arrancado da CCJ por causa do meu posicionamento. Já disse que ladrão não tem partido, não tem esquerda, não tem direita, não tem governo e nem oposição. Ladrão é ladrão” - afirmou.

Integrante da “bancada da bala”, o Major Olimpio é um novato na política. Ex-integrante dos quadros da Polícia Militar, onde também foi instrutor de tiro, se elegeu deputado estadual pelo PV em 2006 e, depois de passar por mais três partidos, está no seu primeiro mandato de deputado. Foi candidato a prefeito de São Paulo ano passado. Amealhou apenas 2% dos votos.

Seu partido negou que seu desligamento tenha a ver com sua postura em relação ao governo e trataram a alteração como uma rotina.

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