Manifestantes iniciaram nesta terça-feira (5) uma greve de fome no corredor da Câmara dos Deputados Federal em protesto contra a reforma da Previdência. O frei Sergio Görgen e as trabalhadoras rurais Josi Costa e Leila Denise Meurer, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), empunham um cartaz que diz: "greve de fome contra a reforma da Previdência. Para o povo não passar fome”.
Eles se manifestam contra ponto do texto da reforma que poderá obrigar trabalhadores rurais a comprovar o recolhimento de pelo menos 180 contribuições mensais para a Previdência para conseguirem se aposentar.
De acordo com a proposta de emenda constitucional (PEC) enviada pelo governo, para as mulheres do campo poderem se aposentar com 55 anos e os homens com 60 anos, não bastará apenas comprovar atividade rural, como é atualmente. Será necessário mostrar o recolhimento da contribuição de pelo 15 anos. Hoje, esses produtores rurais contribuem com 2,1% de suas vendas.
“Vão fazer a gente ter de mostrar um carnê com os pagamentos”, afirmou Görgen. Atualmente, para comprovar atividade no campo,não são cobrados comprovantes de recolhimentos e a filiação a um sindicato ou cooperativa pode bastar para que o produtor possa requerer a aposentadoria.
De acordo com o MPA, o texto da reforma da Previdência é um retrocesso. “Nem a aparente retirada dos rurais da reforma Previdenciária nos fará retroceder a luta. Se nossos irmãos e irmãs urbanos serão atingidos também seremos. Vamos nos manter firmes para barrar esses retrocesso”, afirma o representante nacional do MPA, Bruno Pilon.
A greve de fome ocorre após o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da reforma, sinalizar que o tempo mínimo de contribuição previdenciária e as mudanças relacionadas ao trabalhador rural serão retirados do texto em discussão na Câmara dos Deputados.
Os manifestantes estão em um dos corredores mais movimentados da Câmara, que liga os gabinetes dos parlamentares ao plenário da Casa, no hall da taquigrafia, como é conhecido.
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