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Lula recebeu advogados e filhos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril. | Aniele Nascimento /Gazeta do Povo
Lula recebeu advogados e filhos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril.| Foto: Aniele Nascimento /Gazeta do Povo

Mantido preso após o desfecho de uma disputa de liminares no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Lula recebe filhos e advogados nesta quinta-feira (20) na sala da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba em que cumpre pena desde 7 de abril.

Eles aproveitam o encontro para celebrar o Natal, porque a próxima visita da família deve ocorrer apenas no 27 de dezembro. Para a noite do dia 24, apoiadores do ex-presidente organizam uma vigília com ato ecumênico e ceia do lado de fora da PF.

Na quarta (20) à tarde, liminar do ministro Marco Aurélio Mello determinou a soltura de todos os condenados em segunda instância do país. A decisão favoreceria o ex-presidente – o mais notório preso nessa situação – e cerca de 148 mil pessoas, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ou 240 mil, segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná. A liminar foi suspensa pouco antes das 20 horas pelo presidente do STF, Dias Toffoli.

Na manhã desta quinta, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, fez um pronunciamento em frente à Superintendência, criticando a decisão de Toffoli e denunciando novamente o que classifica de perseguição a Lula. Apesar do revés, ela afirmou que “foi um momento político importante”, que chamou a atenção do Brasil e do mundo para as injustiças que o ex-presidente estaria sofrendo.

“Lula nas ruas é uma afronta ao governo de Bolsonaro. É uma oposição ambulante”, disse Gleisi. “Ontem, cumpriu mais uma fez o script do sistema contra o presidente Lula. A Rede Globo ficou o dia todo convocando Toffoli e Dodge [Raquel Dodge, procuradora-geral da República] para mudar a decisão de Marco Aurélio”, disse a presidente do PT.

De acordo com a senadora, Lula é a antítese do atual governo, que teria sido eleito apenas para defender uma parcela minoritária da sociedade. “[Jair Bolsonaro] já disse que vai governar para o agronegócio, para os patrões. É isso que ele disse. Falou na campanha e falou agora. Quem vai sofrer é o povão”, afirmou, e emendou: “Vamos continuar firmes e fortes aqui”. O ato foi transmitido pelas redes sociais.

Para Gleisi, a “saída” do caso de Lula não é jurídica, e sim política, e que por isso o partido fará uma luta política para libertar o ex-presidente. “Está ficando cada vez mais claro que a prisão é política. Além disso, a presidente da legenda relatou que Lula não acreditava que pudesse ser solto, mesmo enquanto durou a decisão de Marco Aurélio.

A manifestação desta quinta contou também com a presença de outros políticos do PT, como os deputados Arlindo Chinaglia, Paulo Teixeira e Benedita da Silva.

Alvará de soltura

Ainda na noite de quarta-feira, após a decisão de Toffoli, a defesa de Lula pediu que o ministro Marco Aurélio Mello analise o pedido de soltura do petista. Mesmo tendo sido direcionada a Marco Aurélio, a petição foi encaminhada para o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Em função do recesso, que começa nesta quinta, os novos pedidos que chegaram à Corte a partir das 15 horas de quarta foram encaminhados para a presidência.

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A petição foi apresentada dentro da ação pela qual Marco Aurélio havia suspendido a prisão após condenação em segunda instância nesta quarta-feira.

No pedido, os advogados de Lula afirmam que a jurisprudência da Corte não prevê suspensão de liminares concedidas pelos seus próprios integrantes. Por isso, pedem que seja “reafirmada a competência” de Marco Aurélio para analisar o pedido de alvará de soltura.

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