E-mails apreendidos pela força-tarefa da Operação Lava Jato apontam que o caseiro do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, enviava mensagens ao Instituto Lula com notícias sobre o dia a dia na propriedade. Elcio Pereira Vieira, chamado de Maradona, mantinha o ex-presidente informado sobre o que ocorria nas redondezas da chácara, encaminhava listas de materiais de construção, recibos de compras de itens da propriedade e relato sobre os animais de estimação.
Para a Lava Jato, as mensagens obtidas com a quebra de sigilo telemático de Maradona revelam “ser o sítio de propriedade e posse de Lula”. Os e-mails foram anexados à nova denúncia contra o petista, agora acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela reforma no sítio de Atibaia. O ex-presidente nega ser dono da propriedade e diz que o Ministério Público Federal não conseguiu provar que o imóvel pertence a ele. Além de Lula, outros 12 investigados são acusados nesta denúncia.
Em 21 de abril de 2015, o caseiro mandou fotografias em um e-mail intitulado “avião aki na chácara hoje pela manha”. Na mensagem, 12 fotografias de uma aeronave no céu.
Em outro e-mail, de 23 de outubro de 2014, foi enviado ao mesmo destinatário - apoio@institutolula.org - com três fotos e uma mensagem: “a ‘pirua’ esmagou os três pintinhos de pavão que estava com ela, bom dia!”.
Maradona relatou ao petista sobre uma visita da força-tarefa da Lava Jato. O caseiro enviou, em 2 de junho de 2016, às 21h09, uma fotografia de um pedaço de papel com a anotação “Força-tarefa - Dr Julio, Dr Roberson, Dr Athayde e Dr Januário”. Ao lado, a indicação “Ministério Público Federal”. Em cima, um telefone.
Os procuradores Julio Noronha, Roberson Pozzobon, Athayde Ribeiro e Januário Paludo fazem parte da força-tarefa da Lava Jato, no Paraná.
Na acusação criminal contra Lula, a Procuradoria afirma que a anotação foi feita pelo filho de Edivaldo Pereira Vieira, irmão de Maradona, quando procuradores da força-tarefa “efetuaram diligências investigativas em Atibaia”. Segundo a denúncia, Edivaldo prestou serviços no sítio, cuja propriedade é atribuída a Lula, o que a defesa do petista nega.
Edivaldo e Maradona não são acusados na denúncia do Ministério Público Federal.
“Na diligência efetuada pelos membros do Ministério Público Federal, Edivaldo respondeu falsamente que nunca trabalhou na propriedade e, após informado do dever de falar a verdade, seu filho anotou os dados de integrantes da força-tarefa para eventual contato, o que nunca ocorreu”, diz a denúncia.
A força-tarefa também incluiu na denúncia mensagens em que Maradona trata de materiais para obras no imóvel. Em um deles, de 31 de julho de 2014, o caseiro escreve que havia tratado do assunto com Marisa Letícia, ex-primeira-dama, morta em fevereiro deste ano.
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