O Movimento Brasil Livre (MBL) estuda a possibilidade de “chamar uma manifestação”, com a instalação de um telão na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, para acompanhar os desdobramentos do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que irá acontecer no próximo dia 24 de janeiro, em Porto Alegre, no Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF4).
“Ainda são apenas ideias, mas o MBL pensa sim em chamar uma manifestação para o dia do julgamento. Colocar um telão para acompanhar o que acontece em Porto Alegre é uma opção. Tudo vai depender do engajamento das pessoas”, disse o youtuber Arthur do Val, do canal “Mamãe Falei”, designado pelo MBL para falar sobre o tema com a imprensa.
O grupo também estuda a possibilidade de realizar alguma manifestação em Porto Alegre. “Vai depender muito do engajamento por lá, mas ao menos transmissões ao vivo pela internet de tudo o que estiver acontecendo nos arredores do tribunal nos iremos fazer”, afirmou do Val.
Para o youtuber, o pedido do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), para que o Exército e a Força Nacional atuem no dia do julgamento do ex-presidente foi “prudente”: “Porto Alegre está em dificuldades com a questão da segurança pública. Nas últimas manifestações na cidade o bicho pegou. A mobilização pró-Lula deve ser grande também”.
“Agora, esses esquerdistas que estão criticando o prefeito precisam entender que o Exército estará lá para dar segurança. Eles só devem agir se forem provocados. Se as manifestações forem pacíficas não tem problema nenhum”, disse. Marquezan é ligado ao MBL e é crítico de Lula nas redes sociais.
O ex-presidente foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP). Se a condenação for confirmada pelo TRF-4, Lula pode ser impedido de disputar a eleição presidencial.
Jungmann é contra envio de tropas federais
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse à reportagem que não concorda com o emprego das Forças Armadas em Porto Alegre. “Não cabe à Prefeitura de Porto Alegre solicitar o emprego de Forças Armadas. Somente o governo do estado, e se houver perda de controle, o que não é o caso”, declarou o ministro, acrescentando: “tampouco acho que haverá necessidade”.
Jungmann argumentou que a Polícia Militar de Porto Alegre “é muito bem preparada e equipada e sabe agir (em casos de distúrbio)”. Ele avaliou que “estão maximizando esta situação”. Jungmann avisou ainda que, será contra caso haja um novo pedido de emprego das tropas federais em Porto Alegre.
Ao se declarar contra o envio de tropas do Exército na capital gaúcha, Jungmann insistiu que o pedido preventivo não encontra nenhum amparo legal. “Senão, poderíamos ter prefeito dos seis mil municípios pedindo a mesma coisa, em caso de problemas em suas cidades”, observou.
A Presidência da República está analisando o pedido feito por Marquezan
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