• Carregando...
 | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo

As duas maiores delações reveladas no âmbito da Operação Lava Jato – da Odebrecht e da JBS – envolvem o nome de 42 políticos que fazem parte do alto escalão dos partidos. Juntos, eles receberam até R$ 1,2 bilhão em propina ou contribuições oficiais de campanha (caixa 1), segundo informações do jornal Estado de São Paulo.

Leia mais sobre Política

As semelhanças e diferenças das crises de Temer e Dilma

Deputados ‘esquecem’ crise política para avançar mudanças eleitorais para 2018

Neste momento, o nome de maior peso político envolvido das delações é o do presidente Michel Temer. A situação mais grave envolve a JBS. Um dos donos da empresa, Joesley Batista, gravou conversa com Temer na qual o presidente dá aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso pela Lava Jato. Segundo Joesley, em depoimentos os procuradores, não foi Temer quem determinou que a mesada fosse dada a Cunha, mas o presidente tinha pleno conhecimento da operação cala-boca.

Os depoimentos dos executivos das duas empresas comprometem também os ex-presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além de ministros, governadores, ex-governadores, senadores e deputados e outros nomes da elite que foram delatados tanto pela Odebrecht quanto pela JBS. Políticos de 11 partidos apareceram nas delações, sendo a maioria deles do PT e PMDB.

Além dos citados acima, figuram na lista do alto escalão nomes como o dos ex-ministros Antônio Palocci, Alexandre Padilha, Geddel Vieira Lima, José Serra, Gilberto Kassab; dos senadores Renan Calheiros, Gleisi Hoffmann, Eunício Oliveira; e dos governadores Beto Richa (PR), Fernando Pimentel (MG), Raimundo Colombo (SC), entre outros.

Os maiores recebedores: Mantega e Aécio

De acordo com as informações do jornal, o campeão de valores recebidos foi o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, ao qual teriam sido repassados R$ 450 milhões, segundo relatos dos delatores. Além de ter sido citado como o responsável por fazer a ponte com as duas empresas para obtenção de doações de caixa 2 para as campanhas do partidos dos Trabalhadores (PT), ele ainda usava sua influencia para intermediar operações da Odebrecht e da JBS junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e fundos de pensão.

Neste último caso, dos fundos de pensão, Mantega teria organizado em esquema para que o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Previ, aprovasse a compra de um empreendimento comercial da Obrebrecht em São Paulo.

Com quase R$ 96 milhões ligados ao seu nome, o segundo na lista dos maiores beneficiados pelas doações é o senador Aécio Neves, afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A situação do tucano se complicou, sobretudo, após as delações da feitas pelo empresário Joesley Batista, da JBS. Gravações mostram Aécio pedindo R$ 2 milhões a Joesley para o pagamento dos advogados que fariam a sua defesa na Lava Jato.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]