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Em mensagens recuperadas pela PF, Rocha Loures indica que cargos poderia ocupar no governo. | Reprodução
Em mensagens recuperadas pela PF, Rocha Loures indica que cargos poderia ocupar no governo.| Foto: Reprodução

Durante perícia no celular do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), a Polícia Federal conseguiu recuperar mensagens enviadas por ele ao presidente Michel Temer e que haviam sido apagadas, segundo reportagem exibida pelo Jornal Nacional nesta quarta-feira (21).

Nas mensagens, Rocha Loures conversa com Temer sobre possíveis cargos que ele poderia ocupar no governo. A PF afirma que as anotações não têm data, mas desconfia que sejam de 2014, quando Loures concorreu para deputado federal, mas foi derrotado.

Em uma das mensagens, Rocha Loures afirma que teve “uma ótima conversa com Henrique” e que pediu apoio a ele para permanecer em Brasília. Ele afirma que poderia ocupar a vice-presidência da Caixa, que foi ocupada anteriormente pelo atual ministro Moreira Franco.

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“Michel, acabo de ter ótima conversa com Henrique. Pedi a ele apoio para permanecer em Brasília. Ele concordou e sugeriu a VP Caixa ocupada anteriormente pelo Moreira. Ressaltou-me que pelo meu perfil e estilo posso ajudá-Io e apoiá-lo (agora e no futuro)”, diz a mensagem.

“Michel, pode ser Itaipu”

Uma segunda mensagem enviada por Loures diz: “Michel, pode ser ltaipu. ldealmente, como sabe, gostaria de estar em Brasília ao seu lado servindo nosso governo, ao PMDB e ao Paraná. O que você decidir está bom para mim”.

Procurada, a assessoria de Michel Temer negou que o presidente tenha discutido com Rocha Loures a possibilidade de indicá-lo para Itaipu.

Curiosamente, o pai de Rocha Loures – Rodrigo Costa da Rocha Loures, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) – chegou a ser cotado para a presidência de Itaipu depois que Temer assumiu a presidência. No entanto, o petista Jorge Samek permaneceu no comando da hidrelétrica até março de 2017, quando foi sucedido pelo ex-presidente da Copel Luiz Fernando Vianna.

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Em 2015, Rocha Loures filho foi indicado para o cargo de assessor especial da Presidência por Temer, mas deixou o cargo para assumir o posto de deputado federal. Ele assumiu o mandato como suplente de Osmar Serraglio, que foi ministro da Justiça.

Depois que Serraglio foi exonerado do cargo e retomou o mandato na Câmara, Rocha Loures foi preso pela Polícia Federal. Ele foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil em propina paga pela JBS. Segundo a PF, há indícios de que tanto o ex-deputado quanto Temer receberam “pagamento de vantagem indevida”.

Os dois são alvo de inquérito que apura o cometimento de crimes como corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. A Polícia deve apresentar nos próximos dias o inquérito final. A expectativa é que a Procuradoria-Geral da República denuncie Rocha Loures e Temer pelos crimes atribuídos a eles na delação da JBS.

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