O advogado Marcelo Miller chegou pouco depois das 15h desta sexta-feira, 8, à Procuradoria Regional da República (PRR) no Rio de Janeiro, onde prestará depoimento. Segundo seu advogado, André Perecmanis, a fala de Miller será considerada na decisão do Ministério Publico Federal (MPF) de validar ou não as declarações dos executivos do grupo J&F em delação premiada.
Há suspeitas de aproximação de Miller dos executivos da J&F na época em que ele trabalhava na Procuradoria Geral da República (PGR), nas investigações da Operação Lava Jato, de 2014 a 2016. Em abril, ele deixou o cargo para trabalhar no escritório Trench Rossi Watanabe, que negociou a delação premiada dos executivos da J&F.
Miller entrou no prédio sem falar com a imprensa, que desde a manhã se mantém na porta da PGR. O depoimento está marcado para as 15h30 e será fechado.
Ainda na quinta-feira (7), o empresário Joesley Batista, sócio da JBS e delator, depôs à PGR sobre o polêmico áudio que entregou na semana passada aos procuradores. Segundo seus advogados, Batista disse que não recebeu orientações do ex-procurador Marcello Miller para negociar um acordo de delação premiada, nem para gravar o presidente Michel Temer no encontro no Palácio do Jaburu, em 7 de março.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o empresário Joesley Batista e outros dois delatores do Grupo J&F percam a imunidade penal prevista no acordo de colaboração. O motivo é a omissão de fatos descobertos em gravação entregue pelos delatores. A indicação de Janot converge com a avaliação feita por ministros da Corte de que os benefícios concedidos aos empresários merecem ser rediscutidos, embora façam a ressalva de que as informações obtidas a partir do acordo poderão continuar a ser aproveitadas em processos.
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