| Foto: Acácio Pinheiro/MinC

O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, pediu demissão nesta sexta-feira (16). Em carta enviada ao presidente Michel Temer, Andrade afirmou não ter interesse em continuar na pasta da qual se tornou titular depois da saída de Roberto Freire, que deixou o cargo em maio quando vieram a público gravações de Joesley Batista, da JBS, em conversas suspeitas com Temer.

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Andrade, que é filiado ao PPS, disse que motivaram seu pedido de demissão o corte de 43% do orçamento sofrido pelo Ministério da Cultura, há dois meses, e polêmicas envolvendo a nomeação do presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Ele afirma que Debora Ivanov, com apoio de cineastas e do ex-titular do ministério, deveria ocupar o cargo, mas o governo Temer preferiu outra indicação. “O que acontece é que o presidente tem direito de fazer isso, mas não é a boa política desautorizar o Ministério da Cultura”, disse Andrade.

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Ele também afirma que, após o corte orçamentário, o ministério se tornou “inviável”. “Era um ministério que já estava deficiente. O Fundo Nacional de Cultura, que já teve R$ 500 milhões na época áurea, hoje tem zero de recurso. É um ministério inviável tratado de forma a inviabilizá-lo ainda mais.” De janeiro a abril, o Ministério da Cultura investiu R$ 35 milhões, 24% menos que no mesmo período de 2016, de acordo com dados do Tesouro Nacional.

Andrade, terceiro a assumir o comando do Ministério da Cultura desde o início do governo Temer, acrescentou ainda que o país vive um “quadro desfavorável para a política cultural” e não opinou sobre futuros nomes que possam assumir pasta.

“Não quero participar desse sorteio de quem será ministro. Eu me recuso a participar disso”, afirmou. “Deixo o governo livre para indicar quem quiser. Pesa muito a incapacidade enorme de superar essa crise.”