O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (PRB), pediu demissão no início da tarde desta quarta-feira (3). Em carta entregue ao presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, o agora ex-ministro afirmou estar deixando a pasta para poder se dedicar a questões pessoais e partidárias. Pereira, que é presidente nacional do PRB, disputará uma vaga na Câmara na eleição deste ano.
Esta é a terceira baixa no governo Temer em menos de um mês. No dia 8 de dezembro, Antonio Imbassahy (PSDB) deixou a Secretaria de Governo e no último dia 27 Ronaldo Nogueira (PTB) pediu demissão do Ministério do Trabalho. Antes disso, o tucano Bruno Araújo já havia deixado o comando do Ministério das Cidades no dia 13 de novembro.
O anúncio da saída acontece no dia seguinte ao anúncio de que as exportações brasileiras superaram as importações em US$ 67 bilhões em 2017, maior valor da história. A decisão, porém, parece ter sido tomada há mais tempo. Segundo o twitter da jornalista Carolina Bahia, correspondente da RBS em Brasília, Pereira usou uma caneta para preencher a data da carta de demissão. O restante foi digitado e impresso.
Ainda no texto entregue a Temer, Pereira afirma que, apesar de estar deixando o ministério, “eu e o meu partido, o PRB, apoiamos as reformas e continuaremos apoiando tudo aquilo que for bom para o país” – num sinal de que a sigla que comanda votará a favor das mudanças na Previdência.
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Num gesto ao presidente, rejeitado por 71% da população, o agora ex-ministro diz que “popularidade não quer dizer absolutamente nada”. “Como disse Confúcio, ‘o homem de palavra fácil e personalidade agradável raras vezes é homem de bem’. Há muitos por aí que comovem multidões, mas a exemplo do conto ‘O Flautista de Hamelin’, encantam e arrastam milhares para o abismo”, escreveu.
Pereira também escreveu que, em maio de 2016, quando foi convidado para o cargo, “as manchetes, os artigos e a opinião corrente era a de que ‘um pastor’ não teria condições de exercer destacada função, mas os avanços nestes 20 meses de trabalho incansável provaram que o problema no Brasil não é a fé das pessoas públicas, que é de foro íntimo, mas a vontade de cada uma para servir e realizar”.
Após receber Marcos Pereira, Temer deixa o Planalto e segue para o Jaburu
Temer recebeu Marcos Pereira no Palácio do Planalto, nesta manhã, em encontro que contou com as presenças dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de governo) e Moreira Franco (Secretaria-geral).
Segundo fontes do Planalto, Pereira reiterou apoio ao governo, mas disse que tem que reestruturar o partido nacionalmente para as eleições e será candidato a deputado federal. No pedido que fez ao presidente o então ministro afirmou que não conseguiria conciliar as ações com a gestão do ministério.
Nos últimos seis dias, o presidente ficou na residência oficial por recomendações médicas, que o orientou a diminuir o ritmo de trabalho. Mesmo assim, o presidente despachou com alguns ministros e auxiliares.
Temer tinha previsto um encontro - que ainda não constava na agenda oficial - com o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ainda nesta quarta. A reunião, entretanto, pode acontecer na residência oficial.
Eles querem discutir sobre uma nova indicação para a vaga de ministro do Trabalho, deixada por Ronaldo Nogueira semana passada. Temer aguardava uma nova indicação do PTB, que deve manterá o controle da pasta, após o nome do deputado federal Pedro Fernandes (PTB-MA) ter sido vetado pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Agora, com a saída de Marcos Pereira, abre-se mais um espaço na Esplanada.
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