O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), divulgou nesta quinta-feira (20) uma carta em que pede desculpas por ter dito, durante evento no último dia 13, uma frase polêmica, que repercutiu negativamente entre os profissionais da saúde: “Vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico fingir que trabalha”. Segundo o ministro, a expressão foi retirada de contexto. Ele disse que, logo na sequência, reforçou a necessidade de pagar salários justos aos médicos e exigir que eles estejam à disposição da sociedade.
Barros também alega ter valorizado o trabalho dos médicos, “profissionais dedicados, que carregam o piano, com vocação para o serviço público”, segundo a carta. “Não foram esses os termos ressaltados em algumas notícias e manifestações nas redes sociais. Contudo, não é admissível que uma versão supere o fato. Fui claro quanto à necessidade de enfrentar um problema real, já conhecido, e que precisa ser resolvido: a ausência de médicos em postos de saúde”, explicou o ministro.
Ele citou estudo do Banco Mundial apontando que o Brasil tem estrutura para aumentar em 37% a produtividade na área de atenção básica da rede pública de saúde: “Com base no depoimento da população, o Ministério Público Federal já abriu 878 ações e recomendações contra prefeituras por falta de cumprimento da carga horária dos profissionais nas unidades de saúde e para a implantação do ponto eletrônico. É uma cobrança justa que a sociedade nos faz ter o médico no seu local de trabalho. A lei exige o cumprimento das horas contratadas de todos os profissionais de saúde”.
Barros encerrou a carta citando dados da sua gestão à frente do Ministério da Saúde, além de projetos que devem ser implementados nos próximos meses. Ele também pediu o apoio dos mais de quatro milhões de profissionais do SUS para melhorar o serviço prestado à população brasileira.