A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), senadora Gleisi Hoffmann, indicou em entrevista neste domingo (8) que a legenda não desistirá da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja prisão foi classificada como política.
"A mobilização da militância trará Lula de volta para nós e fará dele presidente novamente", disse ela, durante entrevista coletiva nos arredores da sede da Polícia Federal,em Curitiba.
"A prisão é política. Nós entendemos e organismos internacionais entendem isso. Não há, aqui, uma Justiça isenta", emendou a senadora.
Segundo Gleisi, os apoiadores de Lula foram contra a iniciativa do ex-presidente de se entregar à Polícia Federal, mas respeitaram a decisão tomada por ele e seus familiares.
Por outro lado, ela mandou um recado à Polícia Federal. "Vocês vão ter que arcar as consequências da nossa luta", disse, reiterando que os militantes permanecerão fazendo vigília no local enquanto Lula seguir encarcerado.
Para ela, Lula seria o primeiro preso político desde a Constituição de 1988 - o que, mais do que uma convicção partidária, justificaria, segundo a senadora, a presença dos manifestantes na região. O grupo reitera que só irá desfazer o acampamento quando Lula for solto.
“O mundo está vendo o golpe contra a democracia”, afirmou a senadora, salientando que o petista também está em primeiro lugar nas pesquisas para a eleição presidencial deste ano. “Por isso será muito difícil acabar com nosso movimento”.
Segundo a senadora, dezenas de ônibus de vários estados estariam vindo a Curitiba para aumentar ainda mais o acampamento na região da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, que está sendo chamado pelos militantes de acampamento “Lula Livre”.
Em seu discurso, Gleisi também afirmou que foi solicitada uma sindicância para apurar as ações com bombas e balas de borracha da Polícia Federal na noite de sábado (7), em meio ao protesto pró-Lula. "A violência é injustificável em protesto pacífico como aquele. Os manifestantes apenas acenderam sinalizadores, que não impediriam o pouso do helicóptero", disse.
Já para os vizinhos moradores do bairro Santa Cândida, onde acontece o acampamento, a presidente do partido pediu desculpas pelas movimentações, mas acrescentou que "nós também não queríamos estar aqui, nós estamos aqui porque precisamos depois de Lula ter sido condenado injustamente".
Ela confirmou ainda a visita do advogado Cristiano Zanin ao ex-presidente.“Lula dormiu bem, está descansado”. Confira as fotos da manifestação.
Show
Antes de a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se pronunciar, a cantora Ana Cañas cantou à capela com um microfone e uma caixa de som. "Tomara que o presidente nos ouça lá do prédio da Polícia Federal", disse a cantora. Ela cantou “O Bêbado e O Equilibrista”, canção eternizada na voz de Elis Regina, enquanto militantes gritavam "Eu sou Lula" e "Lula livre".