Em depoimento em regime de delação premiada, a marqueteira Mônica Moura detalhou à Procuradoria Geral da República uma série de favores prestados à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) entre 2010 e 2014. Entre os favores estão o pagamento de cabeleireiros, manutenção da página “Dilma Bolada” no Facebook, cachês e despesas de viagens de profissionais que viajavam com Dilma depois da campanha de 2010.
Segundo o relato de Mônica, os “favores” teriam custado quase R$ 400 mil ao longo dos quatro anos. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin levantou nesta quinta-feira (11) o sigilo dos depoimentos em delação premiada de Mônica Moura e seu marido, o marqueteiro João Santana. Os dois foram responsáveis pelas campanhas de 2010 e 2014 de Dilma. Segundo Mônica, os favores eram prestados “por se tratar de uma cortesia a uma cliente importante”.
De acordo com Mônica, cerca de R$ 40 mil teriam sido pagos a uma cabeleireira de Dilma que a acompanhava na campanha de 2010. O assessor especial de Dilma, Anderson Dornelles, teria procurado a marqueteira para que ela pagasse o valor de R$ 4 mil por mês durante um ano “como forma de favor”. Os pagamentos teriam sido feitos em espécie diretamente para a cabeleireira.
Mônica também conta que depois da campanha de 2010, Dornelles teria pedido outro “favor”: o pagamento do cabeleireiro Celso Kamura, que também havia trabalhado para Dilma durante o pleito. Segundo Mônica, Dilma continuou usando os serviços de Kamura para eventos importantes e “o Palácio não poderia arcar com um valor tão alto para o cabeleireiro, não tinha rubrica e nem tempo para superar a burocracia”.
Os pagamentos foram feitos entre 2010 e 2014 e somaram cerca de R$ 50 mil, segundo a colaboradora. O dinheiro era entregue em espécie no escritório do cabeleireiro em São Paulo ou através de depósitos bancários em nome de uma assessora da ex-presidente.
Dilma Bolada
Mônica contou, ainda, que o ex-ministro Edinho Silva pediu que o casal de marqueteiros pagasse o criador da página “Dilma Bolada” no Facebook para que ele reativasse a página e fizesse postagens favoráveis ao governo, em 2014. O pagamento de R$ 200 mil foi feito com dinheiro de propina administrado por Mônica Moura. Segundo a colaboradora, o pagamento foi um “ato de boa vontade”, já que o contrato que tinha com a ex-presidente não previa essa responsabilidade.
Cachês e viagens
Segundo Mônica, “Dilma gostava que Flavio Votmannsberger, Yetor Votmannsberger ou Rafael Votmannsberger prestassem serviços como técnicos de teleprompter fora da época de campanha, entretanto, o Palácio não poderia arcar com as despesas”. Por isso, a ex-presidente pedia que o casal de marqueteiros pagasse despesas de hotéis, viagens e cachês para os técnicos, inclusive em viagens internacionais. Segundo Mônica, foram pagos no total R$ 100 mil em dinheiro aos técnicos.
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