O juiz federal Sergio Moro começa nesta segunda-feira (04) a interrogar os réus do segundo processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba. Na ação penal, o Ministério Público acusa Lula de irregularidades no aluguel de um imóvel em São Bernardo e na compra, pela Odebrecht, de um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituo Lula, em São Paulo.
Moro vai ouvir nesta segunda-feira, a partir das 14 horas, o executivo Marcelo Odebrecht; o dono da DAG Construtora, Demerval Gusmão; e o ex-executivo da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Paulo Melo. Na quarta-feira (06) será a vez do ex-ministro Antônio Palocci; do advogado Roberto Teixeira; e do aposentado Glauco da Costa Marques, que é primo do pecuarista José Carlos Bumlai.
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O interrogatório de Lula está prevista para o dia 13 de setembro, às 14 horas, em Curitiba. No mesmo dia o juiz vai interrogar o ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic. A defesa de Lula ainda tenta adiar o encontro do ex-presidente com o juiz, pedindo mais prazo para analisar provas juntadas pelo MPF no processo.
O interrogatório dos réus é um dos últimos passos do processo. Depois de ouvir todo mundo, Moro vai abrir prazo para as alegações finais do MPF, da Petrobras – que atua como assistente de acusação no processo – e das defesas dos réus. Em seguida, Moro já pode proferir uma sentença sobre o caso.
Entenda o processo
Na ação penal, o MPF faz duas acusações principais a Lula e aos demais réus do processo. Para os procuradores, houve crime de lavagem de dinheiro na compra de um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula, na rua Doutor Haberbeck Brandão, em São Paulo – o imóvel não chegou a ser construído.
Segundo a denúncia, a DAG Construtora, que comprou o terreno, atuou como laranja da Odebrecht, que teria adquirido o terreno para Lula como forma de pagamento de propina por contratos da empreiteira com a Petrobras. O valor da lavagem de dinheiro neste caso, segundo o MPF, seria de aproximadamente R$ 12,4 milhões entre 2010 e 2014.
O MPF diz não ter dúvidas de que o imóvel seria destinado à construção do Instituto Lula. Em buscas realizadas no sítio em Atibaia, a Polícia Federal encontrou uma pasta com o nome da ex-primeira dama Marisa Letícia com um projeto arquitetônico de reforma do local.
O MPF também denuncia os réus pela lavagem de mais R$ 504 mil por meio da aquisição, em favor do ex-presidente, de um imóvel em São Bernardo (SP). O apartamento foi mantido em nome de Glaucos da Costa Marques, que chegou a fazer um contrato fictício de aluguel com a ex-primeira dama, Marisa Letícia.
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