O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou nesta sexta-feira a indicação do auditor fiscal Roberto Leonel de Oliveira Lima para dirigir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele atualmente é chefe da área de investigação da Receita Federal em Curitiba e cérebro do órgão na atuação na Operação Lava Jato.
Aos 58 anos, 33 deles na Receita, Leonel tem a confiança de Moro. Já haviam atuado paralelamente no caso Banestado. A área de Inteligência da Receita, chefiada por ele, é responsável pelo levantamento técnico-contábil da operação, que já revelou desvios de mais de R$ 40 bilhões na Petrobras.
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A Receita forma, com a PF e o Ministério Público Federal, o tripé da força-tarefa da Lava Jato, cujo modelo Moro quer replicar pelo país no combate à corrupção e ao crime organizado.
Pilar menos aparente das investigações, os auditores têm sido fundamentais na análise das quebras de sigilos para rastrear o caminho do dinheiro da corrupção. São eles que produzem os relatórios de evolução patrimonial, movimentações financeiras e fiscais dos investigados.
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O trabalho é feito em conjunto com policiais federais e procuradores tem ajudado por meio da identificação de serviços fictícios, uso de notas frias, contas secretas no exterior e bens em nome de terceiros ou empresas offshores, detectando rombos aos cofres públicos e sonegação fiscal. Um modelo integrado que Moro quer repetir em Brasília.
O que é o Coaf
O Coaf é um órgão que tem como missão produzir inteligência financeira e conter a lavagem de dinheiro, a ocultação de patrimônio e o financiamento de atividades criminosas ou terroristas. A missão de “seguir o dinheiro” torna o órgão estratégico para a gestão de Sergio Moro.
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Embora o presidente do Coaf seja nomeado pelo presidente da República, por indicação do Ministro da Fazenda, o governo estuda deixar que o órgão passe para a zona de influência do Ministério da Justiça.
O ex-juiz da Lava Jato disse, em reunião recente no Ministério da Segurança Pública, que o deslocamento para a Justiça é fundamental e poderia conferir ao Coaf uma importância muito maior do que ela tem hoje na Fazenda, por estar mais relacionado à área de investigação.
Mesmo se não for no Coaf, Leonel é um nome com que Moro quer contar. Uma alternativa seria atuar no próprio ministério, cuja estrutura ainda está sendo desenhada.
Mais reforços
Moro também informou que a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (senad) será conduzida pelo procurador da Fazenda Nacional Luiz Roberto Beggiora.
O futuro ministro também avalia contar em sua equipe com o delegado Márcio Anselmo, que veio da Lava Jato e trabalhou com o ex-juiz federal durante o início da operação, tendo sido peça fundamental.
Desde que aceitou o convite para assumir o Ministério da Justiça, Moro cercou-se de delegados da Polícia Federal para os cargos estratégicos e definiu as principais linhas de atuação para a pasta.
Para cinco dos principais postos do próximo ministério, os indicados são todos da PF: Maurício Valeixo, que será diretor-geral do órgão, Luiz Pontel de Souza, secretário-executivo, Rosalvo Ferreira, secretário de Operações Policiais Integradas, Fabiano Bordigon, chefe do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e Erika Marena, chefe do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação).
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