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Zucolotto, ao lado esquerdo de Moro, foi acusado de intermediar negociações paralelas. | Divulgação/
Zucolotto, ao lado esquerdo de Moro, foi acusado de intermediar negociações paralelas.| Foto: Divulgação/

O juiz Sergio Moro divulgou nota na manhã deste domingo (27) contestando as acusações de Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, a respeito da atuação do advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior, amigo do magistrado do Paraná. Eles estiveram juntos recentemente, em um show da banda Skank, em Curitiba.

A Folha de S. Paulo publicou um texto em que Duran acusa Zucolotto Junior de intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Segundo Duran, Zucolotto - que é padrinho de casamento do juiz - propôs facilidade a ele em um acordo de delação premiada.

“O relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso”, afirma Moro na nota.

Segundo ele, “nenhum dos membros do Ministério Público Federal da força-tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro porque de fato não ocorreu qualquer contato”.

“O advogado Carlos Zucolotto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me”, diz também o juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba.

Duran foi acusado de lavagem de dinheiro e de formação de organização criminosa pelo Ministério Público Federal. Ele tentou fazer delação premiada, mas as negociações fracassaram.

O advogado teve a prisão decretada por Moro e chegou a ser detido na Espanha, mas foi libertado. O Brasil pediu a sua extradição, mas o país europeu negou, já que Duran tem dupla cidadania.

“Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação da Justiça”, afirma Moro.

O juiz já havia se manifestado antes da publicação da reportagem, desqualificando a alegação de Duran.

Zucolotto negou ter elo com a Lava Jato. “Não tem o mínimo de verdade nisso. Não existe”, disse.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo juiz Sergio Moro neste domingo (27):

“O advogado Carlos Zucolotto Jr. é advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área criminal; O relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso; Nenhum dos membros do Ministério Público Federal da força-tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro porque de fato não ocorreu qualquer contato; Rodrigo Tacla Duran não apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte; Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação da Justiça; O advogado Carlos Zucolotto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me; e Lamenta-se o crédito dado pela jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da falsidade por todas as pessoas citadas na matéria.”

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