O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou mais dois nomes na composição do Ministério da Justiça. O secretário-executivo do ministério será o delegado da Polícia Federal (PF) Luiz Pontel, que investigou o caso Banestado na década passada – caso no qual Moro teve participação como juiz. Para a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o indicado foi o general da reserva Guilherme Teophilo. Teophilo concorreu nas eleições deste ano ao cargo de governador do Ceará pelo PSDB, e foi derrotado nas urnas.
Teophilo é aliado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Mas, antecipando-se a questionamentos sobre o critério de definição, Moro destacou que o general da reserva já se desfiliou do partido. “Não foi indicação política”, disse Moro.
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Moro diz que quer repetir em escala nacional experiência da intervenção no Rio
O primeiro nome cotado para a Senasp era o do general da reserva Claudio Santos Cruz, mas ele terminou sendo escolhido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para a Secretaria de Governo, com status de ministro.
Ao anunciar o general da reserva Guilherme Teophilo Moro, citou o trabalho de reestruturação do setor no estado do Rio de Janeiro como algo que deseja reproduzir em escala nacional, sem fazer menção direta à intervenção federal.
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“O general Guilherme Teophilo tem uma larga experiência e longo currículo de trabalhos relevantes efetuados no Exército. E, mais do que um homem de ação, embora ele também seja um homem de ação, eu queria um homem de gestão”, disse Moro.
Moro destacou que é objetivo da Senasp realizar um trabalho “similar” ao que vem sendo feito na reestruturação da segurança no Rio de Janeiro, que está sob a condução do chefe de gabinete da intervenção federal no Rio de Janeiro, general Walter Souza Braga Netto.
“Eu fiquei bastante impressionado com o trabalho que vem sendo feito no Rio de Janeiro pelo general Walter Souza Braga Netto, de reestruturação da segurança pública daquele Estado. E um trabalho similar, respeitando evidentemente a autonomia dos estados, é o objetivo da Senasp”, afirmou Sérgio Moro.
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O novo secretário Guilherme Teophilo terá, segundo Moro, a tarefa de “ajudar a reestruturar, resguardar as autonomias, tentar padronizar procedimentos, padrões de serviço e gestão envolvendo a segurança pública dos estados, sempre com diálogo e respeito aos estados e ao Distrito Federal, que têm autonomia em relação à segurança pública”.
Pontel foi um dos responsáveis pela prisão do doleiro Youssef no caso Banestado
Moro também comentou sobre a escolha de Luiz Pontel para o cargo de secretário-executivo do ministério, o número 2 dentro da estrutura da pasta. “Eu pude atestar a absoluta integridade do delegado Pontel. Sofreu pressões de várias espécies, tentaram removê-lo do posto, mas se manteve firme”, disse Moro.
Pontel investigou na década passada o caso Banestado, que teve como juiz Sergio Moro. O futuro ministro destacou que Pontel foi um dos responsáveis pela primeira prisão do doleiro Alberto Youssef, que posteriormente virou delator da Lava Jato. O delegado é atualmente o secretário Nacional de Justiça, outro cargo de relevo na estrutura ministerial.
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