Advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, Geoffrey Robertson chamou o juiz Sergio Moro de “egomaníaco”. Durante jantar na noite de quarta-feira (30), em São Paulo, Robertson lançou dúvidas sobre a chance de absolvição de Lula em segunda instância. Especialista em direitos humanos, o advogado britânico-australiano ironizou o fato de ter visto nos jornais uma fotografia em que o juiz Marcelo Bretas oferece pipoca a Moro durante sessão de lançamento de filme sobre a Operação Lava Jato, na segunda-feira (28).
No encontro, realizado na casa do advogado Pedro Serrano, Robertson criticou a omissão dos nomes dos financiadores do filme – chamado “Polícia Federal - A Lei é para Todos”. Ele foi também irônico ao comentar a presença de Moro no lançamento de um livro sobre sua trajetória. Segundo Robertson, Moro autografou exemplares do livro que inspirou o filme como se fosse seu autor.
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“Moro ama publicidade”, afirmou Robertson, segundo quem “Moro se comporta como um Eliot Ness” – agente norte-americano que combateu a máfia nos anos 30 e conseguiu prender Al Capone.
Em passagem relâmpago pelo Brasil, Robertson criticou ainda o presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal, que julgará o caso em segunda instância), desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, que chamou de irretocável a condenação de Lula.
O advogado chamou de ridícula essa manifestação do presidente do tribunal e disse que poderá exercer influência sobre os desembargadores. “É ridículo, o presidente prejulgou. Como Lula terá direito a uma apelação justa?”
Mais uma vez, o advogado classificou de “inquisitorial” o sistema brasileiro, em que, para ele, magistrado é ao mesmo tempo promotor e juiz. Para Robertson, essa é um aberração. Integrante do conselho da rainha britânica, Robertson está no Brasil para uma série de compromissos que incluiu uma palestra no Congresso Nacional. Ele deixa o Brasil na sexta-feira (1º).
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