O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, determinou nesta quinta-feira (28) que a Polícia Federal investigue o vazamento de dados da Receita Federal. A PF vai apurar se houve crime de violação de sigilo funcional praticado contra a administração pública. O pedido de investigação partiu da própria Receita Federal, depois do vazamento de dados de análises fiscais que envolvem autoridades e seus familiares, além de outras 130 pessoas.
Entre as autoridades que tiveram dados expostos está o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Na última segunda-feira (25), o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, classificou o vazamento como “lamentável” e disse que não foram encontradas irregularidades na análise fiscal de Gilmar.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a falar sobre o assunto com o ministro do STF em um telefonema nesta semana. O presidente se disse preocupado com o ocorrido e teria pedido sugestões a Gilmar para solucionar a crise.
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O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, classificou o vazamento como “má-fé” e também pediu investigação. A esposa de Toffoli, Roberta Rangel, está na lista de parentes de autoridades que tiveram dados investigados pelo Fisco.
A Receita Federal informou ao Ministério da Justiça que os dados referiam-se a cruzamentos preliminares e que nem todas as situações resultariam em abertura de procedimentos de investigações.
Ataque ao carro do ministro do Meio Ambiente
Moro também ordenou que a PF abra inquérito para apurar ameaças e dano qualificado cometidos contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em evento realizado na quarta-feira (27), em Porto Seguro (BA).
Após a solenidade de lançamento da pedra inaugural de concessão para revitalização do Parque Nacional Pau Brasil, integrantes do Movimento Sem Terra (MST) e do Partido da Causa Operária (PCO), que se manifestavam no local, cercaram o carro oficial que abrigava o ministro e outros servidores públicos.
Conforme relato dos servidores que acompanhavam o ministro, houve momentos de tensão devido à violência dos manifestantes. De acordo com o depoimento colhido pelas autoridades, um dos membros da manifestação chegou a subir no teto do carro oficial, destruindo partes do veículo e, municiado de uma pedra, quebrou o para-brisa.