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A cientista política Ilona Szabó , diretora-executiva do Instituto Igarapé. | Divulgação
A cientista política Ilona Szabó , diretora-executiva do Instituto Igarapé.| Foto: Divulgação

O ministro da Justiça, Sergio Moro, recuou da nomeação de Ilona Szabó para o cargo de suplência do Conselho de Políticas Criminais e Penitenciárias. A nomeação, divulgada nesta quarta-feira (27), causou revolta em parte da direita. A ordem para desconvidar Ilona veio do próprio presidente Jair Bolsonaro, que foi irredutível, apesar do evidente desgaste que isso causaria ao ministro.

No Twitter, grupos conservadores chegaram a criar hashtag #IlanaNão para protestar. O Movimento Brasil Conservador e o Renova engrossaram o coro dos protestos. Alguns usuários de redes sociais, mais exaltados, pediram até mesmo a exoneração de Moro.

“Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o Ministério respeitosamente apresenta escusas”, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

ENTENDA:  O que faz o conselho que está no centro da revolta direitista contra nomeada por Moro

Segundo o governo, a nomeação teria ocorrido devido à “qualidade dos serviços prestados” por Ilona como diretora-executiva do Instituto Igarapé, uma organização não governamental que aborda questões de segurança e desenvolvimento. Contudo, durante as eleições de 2018, Ilona publicou artigos no jornal Folha de S.Paulo criticando o porte e a posse de armas. “Adicionar mais armas em circulação em um país com alto nível de impunidade é uma receita para o desastre”, escreveu.

Sobre o resultado do primeiro turno, que definiu a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o professor Fernando Haddad (PT), ela escreveu: “Perdemos todos”, dizia o título da coluna de Ilona na Folha de S. Paulo em outubro do ano passado. 

Relembre o caso: Moro dá cargo a ativista contra armas e gera revolta de parte da direita

Ilona também defende a descriminalização do uso de drogas e afirmou que é contraproducente punir usuários de pequenas quantidades de entorpecentes. “As políticas de drogas atuais causam mais danos do que o consumo de drogas em si”, diz Ilona em um artigo na Folha.

Currículo

Além de diretora-executiva do Instituto Igarapé e colunista do jornal Folha de S. Paulo, Ilona Szabó possui formação cientista política. É autora do livro “Drogas: as histórias que não te contaram”, lançado em 2017. Em 2018, lançou “Segurança pública para virar o jogo”, obra que mostra um panorama dos principais desafios da segurança pública e da justiça criminal no Brasil.

No mês passado, Ilona participou do Fórum Mundial Econômico em Davos, na Suíca, tendo mediado um painel sobre o crime organizado global e combate à corrupção que contou a com participação do ministro Sergio Moro, do secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock, e da diretora-geral da Royal United Services Institute for Defense and Security Studies, Karin von Hippel.

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