O jornalista Cláudio Weber Abramo, fundador e vice-presidente da ONG Transparência Brasil, morreu na noite de domingo (12) aos 72 anos. Bacharel em matemática pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em filosofia da ciência pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o jornalista paulistano não resistiu às complicações causadas por um câncer de intestino. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na zona oeste de São Paulo.
O jornalista era uma das principais referências no combate à corrupção no país, e foi um dos principais articuladores para a elaboração da Lei de Acesso à Informação, aprovada em 2011. Ele também cofundou em 2000 e comandou por quase 15 anos a Transparência Brasil.
Abramo deixa quatro filhos, Luis Raul e João Baptista, do casamento com Sônia Pompeia, Lucas e Caio, do casamento com Maria Augusta Fonseca, e a enteada Isabel, do casamento com Cristina Penz. Tinha seis netos, Tomás Antônio, João Pedro, Guilherme, Manuela, Maria Luísa e Mariana.
O jornalista será velado na Funeral House, na rua São Carlos do Pinhal, 376, e cremado no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica (SP). Ainda não há confirmação de datas e horários.
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Perfil
Além de especialista em combate à corrupção, Cláudio Abramo foi pioneiro no jornalismo de dados com o projeto Às Claras, plataforma que organizava e disponibilizava gastos das eleições. Sua atuação foi fundamental para a aprovação da Lei de Acesso à Informação, com a pressão feita pela Transparência Brasil e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) para que o projeto fosse sancionado.
Com espírito crítico e questionador, instigava jornalistas a perseguirem a informação sem se conformarem com as burocracias impostas pelo poder público.
Abramo foi editor de economia da Folha de S.Paulo (1987) e secretário-executivo de Redação da Gazeta Mercantil (1987-88). Contribuiu com outras publicações como o jornal Valor Econômico.
Em 2017, cofundou a Dados.Org, organização dedicada à coleta, organização e disseminação de informações provenientes do poder público.
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Abramo era filho de Cláudio Abramo, um dos mais importantes jornalistas de sua geração, que dirigiu a Folha e o Estado de S.Paulo. Sua mãe, Hilde Weber, foi a primeira chargista mulher da imprensa brasileira, cuja obra o filho vinha trabalhando para organizar em um acervo com acesso do público.
“Perdemos um batalhador pelas melhores causas e um amigo do bom jornalismo”, disse o presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Daniel Bramatti. “Claudio Weber Abramo será sempre uma inspiração para quem luta pela democracia, pela transparência e pela aplicação correta dos recursos públicos. Na Abraji, as bandeiras que ele defendeu continuam erguidas.”
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