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Ministério Público flagrou queijos, bacalhau e risoto na ala dos presos da Lava Jato, na Cadeia de Benfica, no Rio de Janeiro | Divulgação
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Ministério Público flagrou queijos, bacalhau e risoto na ala dos presos da Lava Jato, na Cadeia de Benfica, no Rio de Janeiro| Foto: Divulgação MPRJ

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP) apreendeu, na noite desta sexta-feira (24), uma série de alimentos de luxo na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde estão os presos ligados à Lava Jato, no Rio de Janeiro, como o ex-governador Sérgio Cabral e sua esposa, Adriana Ancelmo. Há indícios de que os alimentos tenham sido encomendados em restaurantes da região, em desacordo com as regras penitenciárias. 

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Durante a vistoria foram encontradas nas celas porções quentes de risoto, bacalhau e frango desfiado com temperos. Além de suprimentos, como queijos importados, iogurtes, castanhas, especiarias. E ainda produtos eletrônicos e uma cafeteira. Tudo em desacordo com as normas da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). 

Em entrevista ao canal Globo News, a promotora Elisa Fraga, coordenadora de Segurança e Inteligência do MP carioca, explicou que é permitido o ingresso, nos presídios, de alimentos levados por visitantes, em até três sacolas. "Mas o que nós verificamos lá é muito mais do que isso, alimentos que evidentemente não foram trazidos por visitantes, porque são [praticamente todos] iguais". 

O Ministério Público trabalha com a hipótese de que a comida tenha sido fornecida por algum restaurante, já que as porções eram todas idênticas, e algumas ainda estavam quentes. 

Durante a vistoria, o MP notou que o luxo estava restrito à ala da Lava Jato, onde estão presos o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, o empresário Jacob Barata Filho, e outros presos nas mesmas investigações. Os outros presos da ala especial (destinada a presos com ensino superior) não contavam com o mesmo luxo. 

Ainda segundo a reportagem da Globo News, os presos da Lava Jato usufruem de colchões que foram utilizados por atletas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado. Um único colchão deste tipo foi encontrado na ala feminina (onde não há separação entre as presas do regime comum e especial), e o MP desconfia que seja de Adriana Ancelmo, esposa de Sérgio Cabral. 

Os alimentos luxuosos também foram encontrados, em menor quantidade, na ala feminina. Além de Ancelmo, também está presa na cadeia a ex-governadora Rosinha Garotinho. 

O material apreendido foi apresentado no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), e de lá vão para o Centro de Segurança e Inteligência do MP, que vai destinar para doação. O MP vai investigar se houve distribuição por parte de restaurantes e se funcionários do presídio participaram do esquema. Os fatos serão comunicados à 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e à Justiça Eleitoral de Campos.

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