A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba denunciou nesta terça-feira (22) o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine e outras cinco pessoas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, pertinência a organização criminosa e embaraço às investigações. Bendine foi presidente da Petrobras e está preso em Curitiba desde a 42.ª fase da Lava Jato.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Bendine teria recebido R$ 3 milhões de propina da Odebrecht enquanto diretor da Petrobras. Os crimes ocorreram entre 2014 e 2017 e os pagamentos foram feitos através do departamento de operações estruturadas da Odebrecht, por meio de entregas de valores em espécie e pagamentos de despesas do ex-presidente da estatal.
Segundo o procurador Athayde Costa, Bendine efetuou diligências e atuou para favorecer a Odebrecht na Petrobras. O pedido de propina feito por Bendine inicialmente era de R$ 17 milhões, enquanto ele ainda era presidente do Banco do Brasil. A Odebrecht, porém, avaliou que não interessava a empreiteira efetuar o pagamento naquela época. Os R$ 3 milhões foram pagos quando Bendine assumiu a presidência da Petrobras.
Em contrapartida ao pagamento realizado pela Odebrecht, Bendine chegou a solicitar ao departamento jurídico da Petrobras um parecer sobre possibilidade do levantamento do bloqueio cautelar imposto pela estatal contra a Odebrecht Óleo e Gás, e sobre a contratação direta ou a formação de uma Sociedade de Propósito Específico com o Estaleiro de Paraguaçu, do qual a empreiteira é sócia.
Segundo a estimativa do MPF, a pena imposta a Bendine, caso condenado, pode chegar a 25 anos de prisão. Além do ex-presidente da Petrobras, foram denunciados nesta terça-feira André Silva, Antônio Carlos Silva, os executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, e o doleiro Álvaro Novis.
Para que os seis acusados virem réus, o juiz Sergio Moro precisa analisar e aceitar a denúncia oferecida pelo MPF, o que não tem prazo para acontecer.
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