O presidente Michel Temer reservou a parte final de seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para falar da economia brasileira. “O Brasil atravessa um momento de transformações decisivas”, disse ele nesta terça-feira (19) falando das reformas estruturais e da recuperação da atividade econômica.
“Com reformas estruturais, estamos superando uma crise econômica sem precedentes. Estamos resgatando o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia”, afirmou o presidente, que fez este ano seu segundo discurso na Assembleia Geral da ONU. Temer disse que o Brasil voltou a gerar empregos e seu governo conseguiu “recobrar a capacidade” do Estado de levar adiante políticas sociais.
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“Aprendemos e estamos aplicando, na prática, esta regra elementar: sem responsabilidade fiscal, a responsabilidade social não passa de discurso vazio”, disse, destacando que o “novo Brasil” que está surgindo após as reformas é um país mais aberto ao mundo e que a política externa brasileira é “verdadeiramente universalista”.
“Trabalhamos por uma América do Sul próspera e democrática. Trabalhamos pela crescente convergência dos processos de integração na América Latina e no Caribe”, disse ele, citando como exemplo a aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. “Juntos, os países dos dois agrupamentos formam um mercado de quase 470 milhões de pessoas e respondem por mais de 90% do PIB da América Latina”, afirmou.
Temer falou da aumentar a proximidade do Brasil com a África. “É continente onde queremos cada vez mais iniciativas de cooperação, cada vez mais parcerias para o desenvolvimento.” Com a Europa, o Brasil também vai buscar uma elevação dos fluxos de comércio e investimentos. “E também na Ásia-Pacífico, polo mais dinâmico da economia global, intensificamos nossas relações com parceiros tradicionais e abrimos novas frentes de intercâmbio”, discursou.
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Democracia na América do Sul
Temer também usou seu discurso para defender a democracia na América do Sul. Ao falar da Venezuela, Temer ressaltou que a situação dos direitos humanos no país vizinho continua se deteriorando. “Estamos ao lado do povo venezuelano, a que nos ligam vínculos fraternais. Na América do Sul, já não há mais espaço para alternativas à democracia. É o que afirmamos no Mercosul, é o que seguiremos defendendo.”
“De Barcelona a Cabul, de Alexandria a Manchester, reiteradas manifestações de violência covarde não nos deixam esquecer o mal do terrorismo”, disse o presidente ao falar dos recentes ataques terroristas ao redor do mundo. “É mal que se alimenta dos fundamentalismos e da exclusão, e a que nenhum país está imune.”
Para combater o terrorismo, Temer cobrou a união entre países. “A união se impõe. Ainda mais em face da capacidade do terrorismo de adaptar-se aos tempos e aos terrenos. Não seremos acuados pelo terror nem permitiremos que ele abale nossa crença na liberdade e na tolerância”, disse ele. “Apenas de forma coordenada e articulada daremos combate eficaz ao tráfico de pessoas, de armas, de drogas, à lavagem de ativos”, afirmou Temer.
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“Lamentavelmente, ainda são recorrentes as violações dos direitos humanos em todo o mundo. Tanto dos direitos civis e políticos, quanto dos direitos econômicos, sociais e culturais”, afirmou o presidente brasileiro.
Temer destacou ainda que o Brasil tem diversidade de etnias, de cultura, de credo, de pensamento e é um país de “liberdades arraigadas”. “Mais que tudo, é dessa diversidade que tiramos nossa força como nação. Rechaçamos o racismo, a xenofobia e todas as formas de discriminação”, disse ele.
“Temos, hoje, uma das leis de refugiados mais modernas do mundo. Acabamos de modernizar também nossa lei de migração, pautados pelo princípio da acolhida humanitária. Temos concedido vistos humanitários a cidadãos haitianos e sírios. E temos recebido milhares de migrantes e refugiados da Venezuela.”
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