O anúncio da troca de partido de Jair Bolsonaro – que vai deixar o PSC e se filiar ao PEN – movimentou um pouco mais a já concorrida agenda eleitoral para 2018. Bolsonaro não nega a ninguém que está de olho na presidência da República. Mas sua nova casa, o Partido Ecológico Nacional, não gera uma identificação imediata. Por isso, a mudança de nome é dada como certa. A dúvida é no que apostar: Patriotas ou Prona (Partido da Reedificação da Ordem Nacional), em homenagem ao partido de Enéas Carneiro, fundador da legenda.
A troca de nome é uma mera formalidade. O “problema” é a concorrência pelo Prona. Na lista de partidos em formação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já são dois os pedidos de criação de nova legenda com esse nome – só há uma pequena diferença. Enquanto um dos pedidos mantém o “reedificação” no nome, o outro troca por “reestruturação”. O Patriotas também está tentando sair do papel – e usaria a sigla Patri. Bolsonaro terá de conversar com os outros postulantes a Patriotas e Prona, e tirar no palitinho quem leva o nome.
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Os dois pedidos de recriação do Prona estão entre os 61 partidos em formação listados pelo TSE. E há partido para todo gosto: cristão, conservador, pirata e até do Corinthians. Nessa etapa do processo, os partidos já têm fundadores, estatuto e registro em cartório.
Falta a parte mais complexa: conseguir assinaturas de eleitores, correspondente a pelo menos 0,5% dos votos dados na última eleição geral da Câmara dos Deputados. Depois disso, o partido ainda precisa cumprir mais algumas etapas para finalmente receber o número de registro.
Conheça alguns dos 61 partidos que tentam sair do papel no Brasil:
São sete partidos com “Cristão” no nome, de liberais a ecológicos: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Republicano Cristão (PRC), União da Democracia Cristã do Brasil (UDC do B), Partido Liberal Cristão (PLC), Partido Republicano Cristão Brasileiro (PRCB), Partido Progressista Cristão (PPC) e Partido Ecológico Cristão (PEC).
Servidores públicos e privados num mesmo partido? Pois há essa proposta. Assim como alternativas ao tradicional Partido dos Trabalhadores – amado e odiado na mesma medida. Nessa categoria estão outros sete partidos: Partido Nacional Trabalhista Brasileiro (PTNB), Partido Democrático dos Servidores Públicos (PDSP), Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil (PSPB), Partido Alternativo do Trabalhador (PAT), Partido do Servidor Público e Privado (PSPP), Partido Geral dos Trabalhadores do Brasil (PGT do B) e Partido Social Trabalhista (PST).
Também há partidos em formação para múltiplas causas: indígena, animal, reforma agrária e afro-brasileiros. Entre os que estão no páreo para existir já há um Partido Nacional Indígena (PNI), Partido Pirata do Brasil (PIRATAS), Partido Político Animais (ANIMAIS), Partido da Reforma Urbana e Agrária do Brasil (Pruab) e o Partido Popular de Liberdade de Expressão Afro-Brasileira (PPLE).
Democracia no nome também está em alta – são pelo menos oito siglas com a palavra. E vale de tudo: Partido Consciência Democrática (PCD), Partido Reformista Democrático (PRD) até Partido de Organização Democrática dos Estudantes (PODE).
Pelo menos quatro partidos invocam a mudança em seu nome: Partido Muda Brasil (MB), Nova Ordem Social (NOS), Força Brasil (FB) e Renovar (RNV). Por outro lado, há quem queira recriar (pelo menos na sigla) a Aliança Renovadora Nacional (Arena) e a União para a Defesa Nacional (UDN).
Se o esporte atrai voto não dá para garantir, mas duas legendas usam a temática: o Partido Nacional Corinthiano (PNC) e o Partido do Esporte (PE). De olho na população estão o Movimento Cidadão Comum (MCC), o Unidade Popular (UP) e o Partido da Mobilização Popular (PMP).
Apostar em um público também é artifício usado pelos partidos. É o caso do Partido Conservador (PACO), do Partido Militar Brasileiro (PMBR) e do Partido do Pequeno e Micro Empresário Brasileiro (INOVABRASIL).