Preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Grande Curitiba, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) escreveu uma carta manuscrita na qual nega estar recebendo qualquer quantia para permanecer em silêncio e diz que são falsas a afirmação do empresário Joesley Batista de que teria comprado seu silêncio. “Não estou em silêncio e tampouco ficarei”, escreveu Cunha, ao afirmar que está exercendo seu direito de defesa.
O ex-deputado afirmou que jamais fez qualquer pedido a Temer e que também não recebeu dele qualquer pedido para que fique em silêncio. Na carta, ele diz que o fato de ter desmentido Temer mostra que não há alinhamento de versões.
Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Cunha rebateu Temer e disse que ele participou, em 2007, de uma reunião com a bancada do PMDB para discutir as indicações do partido para diretorias da Petrobras. Temer havia negado em depoimento por escrito: “não houve essa reunião”. Cunha disse que “a resposta de Michel Temer nas perguntas está equivocada”
A íntegra da carta
“Com relação aos fatos divulgados referentes à suposta delação do empresário Joesley Batista, tenho a esclarecer o seguinte:
1) Repudio com veemência as informações divulgadas de que estaria recebendo qualquer benefício para me manter em silêncio.
2) Estou exercendo o meu direito de defesa e não estou em silêncio e tampouco ficarei.
3) São falsas as afirmações divulgadas atribuídas a Joesley Batista de que estaria comprando meu silêncio.
4) Jamais pedi qualquer coisa ao presidente Michel Temer e também jamais recebi dele qualquer pedido para me manter em silêncio.
5) Recentemente, após entrevista dele, o desmenti com contundência, mostrando que não estou alinhado em nenhuma versão de fatos que não sejam os verdadeiros”