Pré-candidato pelo Podemos à Presidência da República em 2018, o senador paranaense Alvaro Dias deu uma interpretação diferente até agora sobre a polêmica declaração do general Hamilton Mourão, que defendeu a intervenção militar no país se o Judiciário não solucionar o quadro de corrupção na política.
Para Alvaro, o general não fez uma ameaça, mas um "alerta" ao país. "Evidentemente a palavra do militar funciona como um alerta: ou resolvemos essa situação democraticamente ou vamos buscar outra alternativa porque ninguém aguenta mais esse estado de coisa", disse, sem condenar a fala do militar, durante entrevista nesta sexta-feira (22) ao programa "Pânico", da Rádio Jovem Pan.
“Por exemplo: agora há uma denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara. E o que a sociedade quer? Punição, responsabilização. A denúncia diz que o presidente Temer chefia uma organização criminosa. A sociedade quer que a denúncia seja acolhida?”, indaga o senador.
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Durante quase uma hora e meia de entrevista, Alvaro falou como candidato e tratou de vários temas: bateu pesado nos deputados que conduzem a reforma política; afirmou que se eleito presidente terá outro tipo de relação com o Congresso que não o “toma-lá- dá-cá”; que o novo presidente não virá nem da esquerda nem da direita, mas do centro, espectro político pelo qual se apresenta; e afirmou ainda que deixou o PSDB, na segunda vez que abandonou o partido, porque estava "deprimido" politicamente.
Ele se apresenta como um combatente da corrupção e contou a razão de nunca ter sido atingido por esse mau: "A corrupção entrava por uma porta, eu saía por outra" .
O senador já trocou de partidos várias vezes, mas prefere tratar essas mudanças de outra maneira. "Eu nunca mudei de partido. Mudei de sigla. Sempre estive à procura de um partido, que ainda não encontrei. Agora, participo de um movimento que pode virar partido. Não me sentia bem [nas outras legendas]. Estava desconfortável", afirmou.
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Restrição ao número de partidos
O Podemos é o sétimo partido de Alvaro Dias. É o número exato de partidos que o senador acha que deveriam existir no país: sete. Acha ainda que o país tem deputados e senadores demais. Ele criticou de forma dura a reforma política e acusou os deputados de estarem agindo em interesse próprio.
"Nem como apelido há uma reforma política. É um arranjo na legislação. Os parlamentares defendem seus próprios interesses", disse.
Entre os pontos criticados por Alvaro está a "suavização" no percentual de exigência de desempenho na cláusula de barreira. “Pode ficar em apenas 1,5% (percentual de votos a ser obtido no país para o partido ter direito a fundo partidário e tempo de rádio e TV). É muito pouco. Deveria ser mais. Esse assunto pode voltar ao Supremo (STF) e vamos acusar de inversão de competência, mas não podemos. Isso porque o Congresso está falhando. Não aprovou nada até agora".
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