Em reunião realizada na segunda-feira (25), a Polícia Federal (PF) informou ao presidente Jair Bolsonaro que, até agora, não há evidência da existência de um mandante ou da participação de outras pessoas no atentado cometido por Adélio Bispo contra o então candidado em setembro do ano passado em Juiz de Fora (MG). Mas a PF esclareceu que o inquérito ainda está em andamento. Falta concluir a análise dos materiais apreendidos com um advogado do autor do ataque.
O encontro no Planalto foi realizado duas semanas após o presidente cobrar da Polícia Federal uma solução para o caso. Estavam presentes o delegado federal responsável pelo caso, Rodrigo Morais, o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o superintendente da PF em Minas Gerais, o delegado Cairo Costa Duarte.
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Antes da reunião, Moro disse à imprensa que ainda não havia uma conclusão e disse que na ocasião o presidente seria informado do andamento. “O presidente é a vítima, então é interessado. Então, será apresentado a ele o resultado da investigação até o momento”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, após um seminário sobre segurança pública em Brasília.
Tese da ação isolada de Adélio Bispo é que prevalece até agora
Até o momento, a tese sobre a atuação isolada de Adélio Bispo é a que prevalece no segundo inquérito instaurado pela PF. No primeiro, que focou na apuração sobre quem era o autor da facada, a PF já havia concluído que os indícios levantados apontavam para a ausência de mandantes ou de incentivadores envolvidos com Adélio.
Entretanto, a PF instaurou esse segundo inquérito no qual realizou uma devassa na vida do autor da facada e de pessoas ligadas a ele. Um dos alvos dessa nova investigação foi o advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, defensor de Adélio Bispo.
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Em dezembro do ano passado a PF chegou a realizar uma busca e apreensão no escritório do advogado para tentar angariar informações sobre quem financiou a defesa do agressor do hoje presidente. Outra linha de apuração seguida pela PF foi sobre o possível envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no caso. As duas teses foram descartadas na investigação conduzida pelo delegado Rodrigo de Morais.
Primeiro inquérito concluiu que Adélio agiu por “inconformismo político”
Em setembro do ano passado, a PF havia concluído um primeiro inquérito instaurado logo após o atentando. Nessa primeira investigação, encerrada em 28 de setembro, a PF não encontrou indícios da participações de outras pessoas e concluiu que Bispo agiu por “inconformismo político”.
À época, o delegado do caso afirmou que a análise do material permitiu afirmar que “a motivação foi o inconformismo político em relação ao candidato Jair Bolsonaro”. Bispo, disse o delegado, se disse adepto da ideologia política de esquerda enquanto Bolsonaro seria de extrema-direita.
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“Ficou claro que havia essa discordância em relação aos projetos políticos do candidato. Dessa forma se configurou o crime contra a segurança nacional”, explicou Morais.
Bispo foi indiciado no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional que fala sobre atentado a pessoas por inconformismo político.
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