O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que tentou pautar o tema da prisão em 2.ª instância ao longo do ano no plenário da Corte, sem sucesso, e que não poderia encerrar o ano no Judiciário sem tomar uma decisão sobre o assunto. “Por isso tomei uma decisão”, declarou ao blog do jornalista Valdo Cruz, no portal G1.
Em decisão monocrática, o ministro decidiu suspender a possibilidade de prisão após condenação judicial em segunda instância. A execução antecipada de pena é um dos pilares da operação Lava Jato. É por isso que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já cumpre pena em Curitiba. A decisão de Marco Aurélio abre espaço para a soltura do petista e outros detentos. A defesa do petista, por exemplo, já entrou com pedido de libertação de Lula apenas 48 minutos após a decisão do ministro.
LEIA MAIS: O que é necessário para os presos em 2.ª instância serem soltos
Ao blog do jornalista Valdo Cruz, Marco Aurélio afirmou que sua decisão será um teste para a democracia e vai revelar se ainda há respeito pelas instituições. “Se o Supremo ainda for o Supremo, minha decisão tem que ser obedecida, a não ser que seja cassada”, declarou.
O ministro, que julgou que “os tempos mudaram”, avalia que o plenário da Corte deve analisar rapidamente casos que envolvam casos urgentes. Como não conseguiu pautar o tema, optou por tomar uma decisão sozinho antes do recesso do Judiciário, que começa a partir da quinta-feira (20).
Ao ser questionado se teme críticas, Marco Aurélio disse que a magistratura é uma opção de vida. “Não ocupo cadeira do Supremo voltado a fazer relações públicas. É o meu dever seguir minha consciência, e temos de cumprir o nosso dever”.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião