Ao condenar o ex-presidente Lula a nove anos e seis meses de prisão, o juiz Sérgio Moro rebateu uma das principais teses da defesa de que o petista não sabia dos desvios na Petrobras. Para o juiz, Lula não só sabia do esquema, como também ocupou papel relevante, pois caberia a ele dar a última palavra sobre as indicações às diretorias da estatal.
“É certo que, provavelmente, o ex-presidente não tinha conhecimento de detalhes e nem se envolvia diretamente nos acertos e arrecadação de valores, pois tinha subordinados para tanto, mas tendo sido beneficiado materialmente de parte de propina decorrentes de acerto de corrupção em contratos da Petrobras, ainda que através de uma conta geral de propinas, não tem como negar conhecimento do esquema criminoso”, escreveu o juiz.
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Embora fossem os diretores e gerentes da Petrobras que negociavam as propinas com as empreiteiras, Moro afirmou que a permanência deles nos cargos dependia da capacidade em arrecadar recursos para quem os sustentavam politicamente, entre eles o então presidente Lula.
Além de apontar um eventual conhecimento do petista a respeito do esquema ilícito na Petrobras, o juiz Sérgio Moro afirmou “não ter dúvidas” de que o triplex do Guarujá pertencia à família de Lula. “Recursos do Grupo OAS foram destinados especificamente ao enriquecimento sem causa e pessoal do ex-presidente”, resumiu o juiz.
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Segundo Moro, a única explicação para a OAS investir R$ 2,4 milhões na reforma do triplex seria o “acerto de corrupção decorrente em parte dos contratos com a Petrobras”. O juiz completou: “não há no álibi de Lula o apontamento de uma causa lícita para a concessão a ele de tais benefícios materiais pela OAS”.
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