No encerramento do ato do PT em defesa de Lula na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o líder sem terra Alexandre Conceição, que é um dos coordenadores nacionais do MST, fez um discurso radical e que mostrou o descontentamento com o provável resultado desfavorável do julgamento do habeas corpus do petista.
Logo após o voto da ministra Rosa Weber contrário ao habeas corpus, que era tido como definidor do veredicto, Conceição discursou em cima de um trio elétrico. “Hoje nós sabemos que não tem mais valsa. De agora em diante é porrada! É guerra! É luta! E venceremos”, disse ele, aplaudido pelos poucos petistas no local naquele momento.
Antes, o líder sem-terra também defendeu a retomada de invasões de terra. Ele afirmou que é preciso derrotar o noticiário e o poder financeiro. “Muita força na luta, com muita coragem e muita fé para a gente derrotar esse golpe, essa falsa democracia, esse Judiciário nojento e o poder financeiro”. Ouça abaixo:
O discurso de radicalização de Conceição corrobora o que disse na terça-feira (4), véspera do julgamento, o coordenador do MST João Paulo Rodrigues, que falou em guerra e ‘abril vermelho ao quadrado’ caso o petista perca.
O voto de Rosa Weber foi um balde de água fria para os petistas, que começaram a abandonar a Esplanada. Eles estavam até em maior número que os anti-petistas, que, ao contrário, comemoraram o voto da ministra. O ex-ministro Gilberto Carvalho, dos governos Lula e Dilma, era o apresentador do ato e pediu calma aos militantes para não caírem em provocações.
Do lado “vencedor”, os manifestantes, com bandeiras do Brasil e camisas da seleção e vários com a foto de Bolsonaro estampada, cantavam o Hino Nacional e pulavam.
Bolsonaro esteve na parte da tarde junto a esse grupo, que o cercava para fotos e vídeos. Ao falar num caminhão de som dos ruralistas, que vieram a Brasília protestar contra o Funrural e aproveitaram para engrossar o ato pela prisão de Lula, o deputado-presidenciável prometeu, se eleito, promover um desfile de tratores na Esplanada. “Será um tratoraço na rampa do Planalto”.
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