| Foto: Ricardo Botelho /Folhapress

Um dos principais interlocutores do Movimento Brasil Livre (MBL) na Câmara, o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) não enxergou exageros nas críticas que Kim Kataguiri faz a seu partido, em mensagens de WhatsApp reveladas pela revista Piauí. E também a outros partidos. Tido como um dos próceres dos "cabeças pretas" do PSDB – denominação dada à ala jovem do partido e conectada nas redes sociais –, Coelho disse não ver "nada demais" nas palavras do principal líder do MBL.

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Em duas mensagens que teriam sido enviadas no dia 22 de agosto, Kim fez duros ataques ao PSDB a seu interlocutor. Ele fez uma referência aos tucanos mais velhos e que estariam envolvidos em escândalo. "A ideia é deixar todo esse povo podre afundando como PSDB e trazer a galera mais jovem e libera para o MBL", disse o líder do MBL. Em outra mensagem, afirmou:  "Com os do PSDB temos conceito, preconceito e pós-conceito. São pilantras". 

Daniel Coelho afirmou que são opiniões pessoais e de conversa privada. "Achei as críticas normais. De uma conversa privada, que foi vazada. Não vi nada demais nessas críticas. São opiniões deles", disse o deputado à Gazeta do Povo.

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O deputado se aproximou do movimento durante o impeachment de Dilma Rousseff. O MBL chegou à Câmara, e teve acesso às suas dependências, graças ao ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB), que apoiou o grupo. Em comum, o PT como inimigo. Os integrantes do movimento frequentam o gabinete de Coelho, como de vários outros partidos. O parlamentar chegou a apresentar, como emenda, uma proposta do MBL para a previdência social. 

"Tenho uma relação com o MBL desde o impeachment. Tiveram um papel importante, mobilizaram as ruas, os jovens. E temos pautas em comum, como nas questões de tamanho do Estado". 

Para o deputado, o movimento terá um papel importante em 2018 e vai conseguir eleger seus representantes no Congresso Nacional. "O Kim tem toda condição de vir a ser o deputado federal mais votado por São Paulo. O MBL cresceu muito e hoje é como se fosse um partido sem ser oficialmente um partido". 

O parlamentar discorda que os integrantes do movimento sejam contra o afastamento de Michel Temer da Presidência. "Só não estão com o mesmo empenho que tiveram no caso da Dilma. Até porque entendem que tirar o Temer significa o risco de facilitar a volta do PT ao poder". 

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Também aliado do MBL na Câmara, Jerônimo Goergen (PP-RS) também se aproximou do grupo no processo de afastamento de Dilma. O deputado também é um dos autores da emenda proposta pelo movimento sobre Previdência. "Tenho uma relação boa com eles, em algumas causas específicas, como foi o impeachment de Dilma".