Várias capitais tiveram neste domingo (31) manifestações em repúdio ao golpe militar de 31 de março de 1964, que marcou o início da ditadura militar no Brasil. Os atos foram organizados em resposta ao pedido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), expresso pelo seu porta-voz na segunda-feira (25), que houvesse “comemorações devidas” da data. Dias depois, Bolsonaro disse que a ideia não era comemorar, mas “rememorar” a data. Em Curitiba, um ato foi realizado no centro da cidade.
Em São Paulo, foram realizadas duas manifestações. No Parque Ibirapuera, pessoas se reuniram em uma “Caminhada do Silêncio”, exibindo fotos de vítimas da ditadura e seguindo a um monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos. Na Avenida Paulista, houve confusão entre grupos rivais. Militantes favoráveis à intervenção militar foram provocados por manifestantes contra a ditadura, o que resultou em trocas de insultos e agressões. No confronto, que envolveu cerca de 50 pessoas, foram usados como armas cabos de madeira e até uma pistola “taser”, de eletrochoque. Segundo a Polícia Militar, uma pessoa foi detida. Ela fazia parte do grupo contrário à ditadura.
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No Rio de Janeiro, o protesto aconteceu na Cinelândia, no centro da cidade, com a presença dos deputados federais Chico Alencar (PSOL), Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (PSB). O ato teve protesto contra o governo Jair Bolsonaro e pela libertação do ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril de 2018. Houve também lembranças à vereadora Marielle Franco, assassinada em fevereiro de 2018, e protestos contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro.
Em Brasília, o ato reuniu cerca de 500 pessoas, que carregavam flores e fotografias das vítimas, aos gritos de “ditadura nunca mais”. Outras capitais que registraram manifestações foram Porto Alegre (RS), onde estiveram presentes representantes de Chile e Uruguai, Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Fortaleza (CE). Houve também manifestações de apoio à ditadura, como em Belo Horizonte, onde um grupo celebrou o que chamam de “movimento cívico-militar de 1964”, e Goiânia (GO), onde um ato reuniu cerca de 100 pessoas.
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