Manifestantes se reuniram na Cinelândia, no centro do Rio| Foto: Daniel Ramalho/AFP

Várias capitais tiveram neste domingo (31) manifestações em repúdio ao golpe militar de 31 de março de 1964, que marcou o início da ditadura militar no Brasil. Os atos foram organizados em resposta ao pedido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), expresso pelo seu porta-voz na segunda-feira (25), que houvesse “comemorações devidas” da data. Dias depois, Bolsonaro disse que a ideia não era comemorar, mas “rememorar” a data. Em Curitiba, um ato foi realizado no centro da cidade.

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Em São Paulo, foram realizadas duas manifestações. No Parque Ibirapuera, pessoas se reuniram em uma “Caminhada do Silêncio”, exibindo fotos de vítimas da ditadura e seguindo a um monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos. Na Avenida Paulista, houve confusão entre grupos rivais. Militantes favoráveis à intervenção militar foram provocados por manifestantes contra a ditadura, o que resultou em trocas de insultos e agressões. No confronto, que envolveu cerca de 50 pessoas, foram usados como armas cabos de madeira e até uma pistola “taser”, de eletrochoque. Segundo a Polícia Militar, uma pessoa foi detida. Ela fazia parte do grupo contrário à ditadura.

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No Rio de Janeiro, o protesto aconteceu na Cinelândia, no centro da cidade, com a presença dos deputados federais Chico Alencar (PSOL), Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (PSB). O ato teve protesto contra o governo Jair Bolsonaro e pela libertação do ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril de 2018. Houve também lembranças à vereadora Marielle Franco, assassinada em fevereiro de 2018, e protestos contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro.

Em Brasília, o ato reuniu cerca de 500 pessoas, que carregavam flores e fotografias das vítimas, aos gritos de “ditadura nunca mais”. Outras capitais que registraram manifestações foram Porto Alegre (RS), onde estiveram presentes representantes de Chile e Uruguai, Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Fortaleza (CE). Houve também manifestações de apoio à ditadura, como em Belo Horizonte, onde um grupo celebrou o que chamam de “movimento cívico-militar de 1964”, e Goiânia (GO), onde um ato reuniu cerca de 100 pessoas.